PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO
GRANDE
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
COORDENADORIA DO ENSINO FUNDAMENTAL
- 6º ao 9º
NÚCLEO DE LINGUAGENS – NULING
Materiais referentes ao terceiro
encontro do acompanhamento
pedagógico, individual,
em horário de PL
(2º semestre - duração:
2h, no máximo)
Cleide Pereira Gomes
1. Oficina de ortografia.
2. Gêneros e tipos textuais.
3. Projeto de aprendizagem.
4. Projeto “O filme em ação”.
5. Coerência e coesão.
Campo Grande/MS – 2012
Oficina de Ortografia
Diferentes usos do R ( com orientações para o professor)
- Pesquisar em jornais e revistas palavras com a letra R.
- Copiar essas palavras em tiras de papel, com letra de imprensa maiúscula (para ficar bem legível).
- Usar três canetinhas de cores diferentes: uma cor para contornar o R, outra para a vogal anterior e posterior ao R, outra para a consoante anterior e posterior ao R
- Dividir as palavras recortadas em dois grupos:
C – palavras
cuja primeira letra é R;
D – palavras
em que o R não é a primeira letra.
- No grupo em que a primeira letra é o R, observar o que há de comum. Os alunos podem observar, por exemplo, que:
- O R é sempre sucedido de vogal;
- O som é forte;
- Não há palavras que começam com RR;
- O R é a primeira letra da sílaba.
- Observar o 2° grupo: separar as palavras que têm um R e as que têm RR.
- Observar as palavras com RR e desafiar os alunos a tirarem algumas conclusões. Os alunos podem concluir que:
- RR vem sempre entre vogais;
- O som é forte;
- Nunca aparece no início da palavra;
- Não há monossílabos.
- Com relação ao grupo de palavras com um R, ajudar os alunos a separar:
A –
aquelas em que o R está entre duas vogais;
B - aquelas em que o R é antecipado por
vogal e sucedido por consoante;
C - aquelas
em que o R aparece no final da palavra;
D - aquelas
em que o R é antecedido por consoante e sucedido por vogal.
- Explorar com os alunos as características das palavras do grupo A:
- O som é fraco;
- Não aparece no início da palavra;
- R é a primeira letra da sílaba;
- Aparece frequentemente com A e O;
- Há uma grande quantidade de palavras.
- Explorar com os alunos as características palavras do grupo B:
- O r vem depois da vogal e antes da consoante;
- O r fica na mesma sílaba da vogal que o antecede;
- O r modifica o som da sílaba e o sentido da palavra.
- Explorar as características das palavras do grupo C:
- O r é a última letra da sílaba ( ex.: mar, andar);
- O r vem depois de vogal (quase sempre a/e/i/o/; raramente vem junto com u)
- O r modifica o sentido da palavra;
- As palavras com r no final podem ter uma ou mais sílabas;
- A maioria dessas palavras são verbos.
- As palavras do grupo D: podem ser divididas em dois grupos:
- Aquelas em que a consoante (diferente do R), o R e a vogal estão na mesma sílaba;
- Aquelas em que a consoante (diferente do R) está em uma sílaba e o R e a vogal estão em outra (ex.: honra).
- Analisar os dois grupos de palavras com os alunos.
Palavras em que CRV
(consoante+r+vogal) estão na mesma sílaba: cravo. braço, prego, fraco, dragão,
graveto, cravo.
- O r não vem com qualquer consoante: aparece com P B D F G C T;
- A língua vibra ao pronunciar a sílaba;
- O r muda o som da consoante e o sentido da palavra.
Palavras em que o R e consoante
estão em sílabas separadas: (enredo)
- O som é forte;
- Aparece com N, L e S.
Obs.: Estas atividades devem ser
feitas em etapas e não todas de uma vez;
Estas atividades podem ser
desenvolvidas com o L, M, N, S, uso de letra maiúscula, entre outras.
COESÃO
Diversidade
textual: gêneros e tipos
(Compilado
do Programa Gestar II – versão preliminar/2003)
Cleide Pereira
Gomes
texto
Texto é toda e qualquer unidade de
informação no contexto da interação; entende-se por interação como uma ação
entre sujeitos, entre interlocutores. Um texto pode ser oral ou escrito, literário
ou não literário, de qualquer extensão.
Gêneros
textuais
Gêneros textuais são as diferentes
maneiras de organizar linguisticamente as informações no texto, de acordo com a
finalidade, com o papel dos interlocutores, com as características da situação.
Aprendemos a reconhecer e utilizar
gêneros textuais no mesmo processo em que "aprendemos" a usar o
código linguístico: reconhecendo intuitivamente o que é semelhante e o que é
diferente nos diversos textos. O reconhecimento dos padrões de organização de
textos depende do que já assimilamos sobre o que seja, por exemplo, uma
biografia, uma receita, uma nota de compra, um bilhete, uma carta, uma
propaganda, uma conversa de telefone etc., é necessário saber ler e exercitar a
competência sociocomunicativa, o conhecimento de mundo - vivência, história de
vida.
Competência sociocomunicativa é
a capacidade de perceber as diferenças na organização dos textos.
Cada um de nós desenvolve diferentes
formas de "ver" o mundo, inclusive o mundo das palavras, por
diferentes "óculos" que nos
são colocados pela cultura em que estamos inseridos e pelas nossas experiências
pessoais. Correspondendo a essas diferentes formas de "ver", agimos e
reagimos.
Também no uso da linguagem utilizamos
esses "óculos" que adquirimos enquanto vamos aprendendo a falar (e
escrever). Isso a que estamos chamando figurativamente de "óculos"
são as nossas competências sociocomunicativas. Nós, quando crianças, não adquirimos
apenas o código linguístico de nossos pais ou de nossa comunidade, adquirimos
também maneiras de "ver" o mundo e organizá-las linguisticamente, ou
seja, aprendemos também comportamentos linguísticos: o que pode, ou deve, ser
dito, o que não pode, ou não deve ser dito, como pode, ou deve, ser dito, em
qual situação etc.
Portanto, do mesmo modo que
desenvolvemos uma competência linguística quando aprendemos o código linguístico,
desenvolvemos uma competência sociocomunicativa quando aprendemos
comportamentos linguísticos. A identificação dos gêneros está incluída nesta competência
sociocomunicativa (relações sociais entre interlocutores e finalidades do texto).
Toda
nossa comunicação se dá por textos. E todo texto, por sua vez, se realiza em um
gênero.
Gêneros textuais são realizações
concretas definidas por propriedades sociocomunicativas; é a situação de
produção de um texto que determina em que gênero ele é realizado.
Por isso, gêneros não se definem por
aspectos formais ou estruturais da língua: estão ligados à natureza interativa
do texto, ou seja, à sua funcionalidade, ao seu uso.
É pelo desenvolvimento da competência
que aprendemos a organizar e a identificar os diferentes gêneros textuais.
Como o gênero é uma unidade
sociocomunicativa, a sistematização no aprendizado e no ensino de gêneros leva
em consideração várias características, que podem ser ligadas ao tema, ao modo
de organizar as informações no texto, ao uso que se faz do texto nas práticas
sociais e discursivas.
Algumas vezes, um texto é
intencionalmente usado em um contexto, uma situação sociocomunicativa,
diferente do contexto em que o gênero é normalmente produzido. Consegue-se, com
isso, um efeito comunicativo de impacto, mas um outro gênero é produzido.
Também o oposto pode acontecer:
informações diferentes podem ser organizadas segundo um mesmo padrão e, apesar
de diferentes textos, o mesmo gênero é realizado.
O mais importante, porém, é reconhecer
que a identificação, e consequentemente, a classificação de gêneros resulta de
um "jogo" de fatores linguísticos e sociais; cada um desses fatores sozinho
não pode ser utilizado para classificar um determinado gênero. Mais ainda: os
textos também podem apresentar uma mistura de gêneros, com predominância de um.
Por isso as classificações devem sempre levar em consideração a finalidade para
a qual o texto é constituído.
Podemos considerar que os gêneros
dividem-se em dois grandes grupos:
1. os literários - entre eles está o gênero
poético, composto por poemas, põem, em geral, em relevo o plano da expressão,
da sonoridade, do jogo de imagens, mas a definição do que seja texto literário,
ou poético, pode variar, segundo as classes literárias;
2. e os não literários (funcionais ou
utilitários) têm como finalidade maior a informação e, por isso, aspectos
estéticos da linguagem - ou exploração do plano sonoro ou da linguagem
figurada- são considerados em segundo plano.
A maneira de trabalhar com as palavras,
explorando a sonoridade, suas significações, as imagens sonoras e poéticas que
criam, constitui o traço mais marcante do gênero poético. Essas características
associadas à finalidade da produção de um gênero poético, ao papel que se
espera dos interlocutores, compõem o que chamamos a função sociocomunicativa
do gênero poético.
No
gênero poético, a função sociocomunicativa visa à exploração estética da linguagem,
tanto para quem produz quanto para quem lê, ou ouve. Por isso, os temas do
gênero poético podem ser bem diversificados e cada época e lugar, ou escola
literária, costuma definir suas prioridades temáticas. Também as exigências
formais, como as rimas ou métrica, variam de época para época, ou de escola
para escola literária.
Apesar de todas essas possibilidades de
variação, o texto literário se caracteriza pala exploração de imagens que as
palavras podem criar e pela finalidade de proporcionar prazer aos leitores ou
ouvintes.
Situação
de produção – ao produzir um texto
oral ou escrito é necessário considerar e definir:
- tema ( assunto);
- objetivo ( o porquê);
- finalidade (função social: vender, comunicar, deleitar);
- gênero (contemplar os elementos constitutivos)
- interlocutores (de quem para quem);
- linguagem (formal ou informal);
- suporte (onde será publicado: livro, jornal, CD, caderno etc.).
Tipos
textuais
Sequencias
tipológicas: descrição e narração
Definem-se
tipos textuais pela forma em que as informações são organizadas nos
textos; pela predominância das categorias gramaticais que levam o
leitor/ouvinte a compreender o texto. Estas estruturas linguísticas
servem de "pistas" para a construção da significação textual: uma sequencia
descritiva pode ser comparada a um retrato, ou uma pintura; uma sequencia
narrativa pode ser comparada a um filme.
Nas
sequencias descritivas, a ordenação dos fatos ou episódios não é relevante. As sequencias
narrativas, ao contrário, caracterizam-se justamente pela "evolução"
dos fatos, pela mudança de estado, pelas relações de consequência.
Como
os tipos costumam aparecer mesclados nos textos empíricos, às vezes, torna-se
difícil distinguir as sequencias exatamente; só pelo reconhecimento da
predominância de um dos tipos, com uma leitura global do texto, é que isso se
torna possível.
Sequencias tipológicas: injuntivo ou
instrucional e preditivo
Sequencias
tipológicas injuntiva ou instrucionais têm por objetivo instruir o
leitor/ouvinte sobre alguma coisa. Por isso, as formas verbais mais frequente
empregadas estão no modo imperativo.
Por delicadeza, para utilizar uma linguagem mais polida, a intenção de ordem
pode ser expressa por perguntas ou por incentivos a alguma ação. O importante é
que sequenciam instrucionais caracterizam-se por fazer o interlocutor
executar alguma ação. A ordenação das ações, por isso, pode ser relevante e
a sequencia entre os enunciados pode corresponder a uma conexão necessária
entre os atos a executar.
Sequencias
preditivas têm por objetivo fazer o leitor/ouvinte acreditar em um estado de
coisas que ainda está por acontecer. Por isso, predominam os verbos nos
tempos futuros e os conectores lógicos não são importantes. Pode-se perceber,
formalmente, uma semelhança com a descrição de uma situação futura: uso de
verbos de estado e de frases nominais.
Sequencias
tipológicas: dissertativo
Enquanto
o tipo descritivo enumera as características de um ser (pessoa ou coisa) e o
narrativo apresenta uma sequencia de ações, o tipo dissertativo caracteriza-se
por descrever, interpretar, explicar ou expor ideias ou conceitos.
Quando o objetivo explícito do texto
é apenas apresentar as ideias, sem objetivar convencer o leitor/ouvinte, dizemos
que se trata de texto expositivo.
Quando
existe o objetivo explícito de fazer o leitor/ouvinte acreditar nas ideias
expostas, dizemos que o texto é argumentativo.
Um
texto dissertativo organiza-se sempre em torno de uma ideia central, para qual
outras ideias (secundárias) servem de apoio. Essa ideia central pode ser
denominada tese; as outras são os argumentos que dão sustentação à tese.
É
comum o texto dissertativo, especialmente o argumentativo, fazer uso de citação
de outras pessoas, como também é comum utilizar sequencias de outros tipos como
parte do desenvolvimento de suas ideias.
A
inter-relação entre gêneros e tipos textuais
Gêneros textuais e sequencias
tipológicas
Os
critérios de definição para gêneros textuais incluem, além do plano
composicional - ou das estruturas linguísticas - fatores "exteriores"
ao texto: os objetivos, os interlocutores, as relações sociais entre eles, a
formalidade e as exigências da situação etc. Esses fatores são historicamente
construídos e, apesar da aparente liberdade na construção dos gêneros, o
falante mais atende a "direcionamentos" culturais para suas escolhas
do que faz, de fato, valer seu arbítrio.
Os
tipos textuais, definidos pela predominância das características linguísticas,
compõem o plano composicional dos gêneros: aparecem na forma de organização do
texto. Podem servir também como parte na classificação dos gêneros quando são
necessários ou ocorrem com muita frequência em um ou outro.
De
qualquer maneira, é inevitável a articulação entre gêneros e tipos, pois nestes
se constroem linguisticamente aqueles.
sequências
tipológicas e gêneros textuais
Partindo-se
do pressuposto de que é impossível nos comunicarmos sem realizar um gênero,
temos também de reconhecer que há sequencias de enunciados que se estruturam linguisticamente
de acordo com certa forma de organizar as informações no pensamento. Essa
construção mais formal, mais teórica, definida pela natureza linguística de sua
composição, chamada tipo textual, integra o plano composicional dos
gêneros, e serve, muitas vezes, para caracterizá-los.
Assim,
um gênero compõe-se de várias sequencias tipológicas diferentes, e as variadas sequencias
tipológicas que compõem um gênero também podem ser muito heterogêneas, mas
estão sempre muito interligadas, pois se prestam à finalidade da realização
desse gênero.
É
por um complexo de propriedades comunicativas, estilísticas e composicionais
que distinguimos um gênero de outro, não apenas por uma delas. É na dimensão
composicional que podem ser focalizadas as sequencias tipológicas.
A intertextualidade
entre os gêneros
Como
produtos sociocomunicativos, os gêneros textuais não comportam uma
classificação pré-determinada, ou exaustiva. E essa flexibilidade se estende
também à própria capacidade de usar um gênero típico de uma situação em outra
situação sociocomunicativa. Ou seja, em cada situação os gêneros podem
"migrar" de uma formatação específica para outra, buscando objetivos
sociocomunicativos diferentes.
Esse
caminho - de transferências de um gênero para outro - também vale para a
produção de textos na escola. Os textos são escolares na medida em que são
construídos na escola, mas buscam sempre "reproduzir" gêneros que têm
vida também fora dos limites escolares. Não deixam, no entanto, de ser objetos
válidos e pertinentes no processo de ensino-aprendizagem. Por isso, é
importante reconhecer que a circulação de gêneros na escola deve ser muito
variada para que seja possível articulá-la com a circulação de gêneros fora da
escola e as práticas escolares sejam as menos artificiais possíveis.
Já sabemos que nos comunicamos por
textos. Também já sabemos que os textos realizam gêneros diversos, os
critérios definidores incorporam aspectos exteriores da utilização dos
textos: os objetivos sociocomunicativos, os interlocutores, etc. (situação de
produção). Os tipos classificados segundo as estruturas linguísticas que
compõem o plano composicional dos gêneros. Tais como descritivos, narrativos, injuntivos,
preditivos, expositivos e argumentativos integram textos de diversos gêneros.
Chamamos de plano composicional à
organização linguística de um texto, ao conjunto de estruturas linguísticas que
são utilizadas para compor o texto. Observamos o plano composicional quando
identificamos as palavras, as frases, as orações que realizam o gênero textual.
Reconhecer as sequencias tipológicas que “preenchem” um gênero
textual é um dos passos para entender os princípios que regem a organização e o
funcionamento dos gêneros textuais.
OBSERVAÇÃO: Os tipos e gêneros ocorrem,
simultaneamente, nos textos.
É um volume que integra uma coleção
denominada Aprender e Ensinar com Textos. Cada um dos seis capítulos é assinado
por um autor diferente e, além de uma introdução teórica, abordam gêneros como
mito, conto, cordel, discurso político e divulgação científica. Mesmo a parte
teórica, trata de várias propostas de tipologias no campo da linguística, está
fartamente recheada de exemplos e análises textuais. É uma obra recomendável
não apenas pelas reflexões que propõe.
Tipos
de textos
v Características:
1. classificação fechada;
2. são definidos pela forma de
organização das ideias - forma de organizar é fixa;
3. são sequencias de enunciados;
4. são classificados em termos de
predominância, não há um tipo puro num texto- é preciso identificar as
predominâncias;
5. está relacionado a gramática;
6. trabalha com o campo
composicional;
Classificação:
- narrativo;
- descritivo;
- dissertativo (expositivo e argumentativo);
- injuntivo ou instrucional;
- preditivo.
Narrativo:
1. predominância de verbos de ação;
2. contempla uma relação de anterioridade e
posterioridade marcada pelo tempo verbal no passado;
3. apresenta fatos e mudanças de estado numa sequencia
temporal;
4. a ordem em que ocorrem os fatos é
relevante.
Descritivo:
1. enumera aspectos físicos e psicológicos de
um ser;
2. as informações acontecem simultaneamente;
3. a ordem dos fatos não é relevante, porque
as mudanças de sequencias não prejudicam o entendimento do texto;
4. sintagmas nominais (frases sem verbo).
Dica: contou mudança= é narração/ não
contou mudança= é descrição
Dissertativo-organiza-se em torno de uma tese
1. Expositivo e
2. Argumentativo.
Expositivo: (descrição de ideia ou conceito)
1. apresenta ideias sem objetivar convencer o
leitor/ouvinte;
2. se organiza em torno de uma ideia
principal;
3. a sequencia cronológica não é relevante;
4. valoriza a relação de causa e consequência.
Argumentativo:
1. apresenta ideias com objetivo explícito de
fazer o leitor/ouvinte acreditar;
2. valoriza a relação de causa e consequência;
3. a sequencia cronológica não é relevante;
4. se organiza em torno de uma ideia principal
(tese).
Injuntivo:
1. levar o interlocutor a fazer alguma coisa
através de pedido, convocação ou ordem;
2. gramaticalmente pode ser identificado como
vocativo;
3. as frases podem aparecer no modo imperativo
ou em formas de perguntas.
Preditivo:
- fazer o interlocutor acreditar em algo que não aconteceu ainda;
- verbos no futuro do presente;
- verbos que indicam ação;
- uso de frases nominais.
Gêneros textuais:
- literário – finalidade = fruição - emoção (dar prazer), não ter compromisso de dizer nada, não é informar, passa pelos órgãos dos sentidos: sensorial, emocional e racional;
- não literário – finalidade = informação/ razão.
v
Cada gênero textual tem uma finalidade,
atender uma necessidade sociocomunicativa. Portanto, exige-se forma
diferenciada de trabalhar (estratégias diferenciadas).
v
Para trabalhar gênero é melhor levá-lo no
documento de origem, pois a cópia, quando trabalhado na escola, passa a ser gênero
escolar. Portanto, deve-se trabalhar
com gêneros reais e não com gêneros escolares, ou seja, trabalhar como ele se
apresenta – quando utilizar, por exemplo, manual de instrução, usar o próprio e
não cópia dele.
v Características:
- são infinitos e móveis – compõem uma lista de classificação aberta (nota fiscal, hand out, calendário, folder, panfleto oficina, aula, palestra, conferência teatral, político, crônica...;
- são definidos e organizados de acordo com a situação sociocomunicativa em que ocorre;
- muda de um gênero para outro de acordo com a finalidade;
- artefato cultural que vai sendo construído ao longo do tempo– é construído e vai mudando de acordo com a cultura;
- o suporte muda, interfere nas características;
- está relacionado a interlocução inclui quem usa a linguagem e não só estrutura;
- forma de interação;
- podem ter a classificação alterada se a relação entre os interlocutores mudar.
Observação: posso escolher o gênero antes do tipo,
porém, não posso escolher o tipo antes do gênero.
Vamos comparar dois textos e verificar
quais foram as escolhas de Marisa em termos de sequencias tipológicas.
Sequencia |
Cartão postal
|
Carta comercial
|
Injuntiva
|
Oi,
pessoal! Carlos e demais colegas trabalhadores!
Curte
essa, cara!
Abraços
a todos!
|
Sr.
Carlos Ferreira
Coordenador
de vendas
Prezado
senhor
Atenciosamente,
|
Narrativa
|
No
fim de semana tô me divertindo pacas!
|
As
organizações com a Organização Jasmin Ltda. Já foram concluídas com sucesso,
mas o contrato aguarda ainda a assinatura de um de seus diretores.
|
Expositiva
|
___________
|
Não
poderei estar de volta antes da próxima terça-feira, dia 8 de outubro.
|
Descritiva
|
O
céu é lindo e a lua na beira do lago mais ainda. O pessoal é legal e os
agitos são pra turista nenhum botar defeito.
|
______________
|
Argumentativa
|
Vocês
estão pensando que aqui só se trabalha? Engano federal!
|
Tendo
em vista que [...] informo que [...]
|
Nesses exemplos podemos notar que nem
todos os tipos se realizam em todos os gêneros. Nem um gênero realiza apenas um
tipo. É interessante observar que a sequencia argumentativa na carta está
intercalada por uma sequencia narrativa e por uma sequencia expositiva. Ou
seja, aí as sequencias narrativa e expositiva estão a serviço do tipo
argumentativo. De forma paralela, dependendo da interpretação que dermos ao
envio do cartão postal, podemos também considerar que todas as sequencias
tipológicas do postal estão a serviço de um tipo subentendido, o expositivo –
um enunciado de interligação de fenômenos.
Outra observação que podemos fazer a
partir dessa comparação é que os próprios tipos textuais variam em termos de
realização lexical e de formalidade num e noutro gênero. Temos o exemplo do
injuntivo que informalmente é “Oi, pessoal!” e formalmente “Sr. Carlos
Ferreira”, ou “Abração pra todos”, no postal, e “Atenciosamente”, na carta
comercial.
Nas sequencias narrativas também vemos
essa diferença, de registro formal/informal, motivada pelo relacionamento
social dos interlocutores nas duas diferentes situações. Essas diferenças são a
expressão da intersubjetividade – ou estilo – dos falantes.
Fundamentação
teórica:
Dionísio, A. P., Machado, A.R. &
Bezerra, Mª (org.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Ed. Lucerna Ltda., 2002.
Trata-se de uma obra em duas partes,
compostas por oito artigos na primeira parte - "Suportes teóricos e
práticas de ensino" - e sete na Segunda parte - "Gêneros textuais na
mídia escrita e ensino". São todos escritos por pesquisadores com grande
experiências na área da linguagem e na do ensino. Destaca-se especialmente o
capítulo "Gêneros textuais: definição e funcionalidade", por Luiz
Antônio Marcuschi, pioneiro nos estudos no Brasil e respeitado pensador a
respeito do tema: é hoje um dos autores mais citados quando se trata de gênero
textual.
BRANDÃO, H. N. (Coord.). Gêneros do
discurso na escola. São Paulo: Cortez, 2000.
Projeto
de aprendizagem
O
que é?
O termo
projeto é bastante recente em nossa cultura. São associadas a este termo
diferentes acepções: intenção (propósito, objetivo, o problema a resolver);
esquema (design); metodologia (planos procedimentos, estratégias,
desenvolvimento). Assim, podem ser concebidas a atividade intelectual de
elaboração do projeto e as atividades múltiplas de sua realização.
Projeto
de Aprendizagem – Conforme Schlemmer (1999), é uma metodologia onde se busca
aprender e aprofundar conceitos através de procedimentos que ajudam o sujeito a
desenvolver a capacidade de continuar aprendendo por meio da pesquisa,
favorecendo a cooperação.
A Pedagogia de Projetos surge da necessidade de desenvolver uma
metodologia de trabalho pedagógico que valorize a participação do educando e do
educador no processo ensino- aprendizagem, tornando-os responsáveis pela
elaboração e desenvolvimento de cada projeto, bem como da formação de um
sujeito que saiba cooperar, ter autonomia e ser, socialmente, consciente.
A Pedagogia de Projetos apresenta como um princípio ativo e
integrador e objetiva minimizar a artificialidade da escola e aproximá-la, o
mais possível, da realidade e da vida do aluno.
Essa Ideia surgiu nos Estados
Unidos, concebida pelo filósofo John Dewey, sendo uma das primeiras aplicações
no Brasil, em escolas de Minas Gerais, através de Miguel Arroyo.
É um trabalho capaz de fazer a
escola ir além dos muros, considerando as imensas possibilidades que o contexto
exterior a escola oferece além de dar maior flexibilidade a organização dos
currículos, uma vez que trabalha com conteúdos integrados. (Martins, 2001,
p.34)
Um projeto gera situações de
aprendizagens, ao mesmo tempo reais e diversificadas, favorece a construção da
autonomia e da autodisciplina já que o aluno busca e consegue informações; lê,
conversa, problematiza; faz investigações, formula hipóteses, anota dados,
calcula, reúne o necessário, e por fim, converte tudo isso em ponto de partida
para a construção e ampliação de novas estruturas cognitivas, tornando-se o
sujeito de seu próprio conhecimento.
Os conteúdos disciplinares, antes
teóricos e abstratos, deixam de ser um fim em si mesmo e passam a ser meios
para ampliar a formação dos alunos e sua interação com a realidade, de forma
crítica e dinâmica.
A pedagogia de Projetos não
existe sem interdisciplinaridade, visando sempre a formação do cidadão
integral. Transcende até, a interdisciplinaridade, pois vá além do cognitivo.
Um sujeito integral é aquele que
desenvolve o cognitivo, a afetividade, o desenvolvimento motor, a inserção
social, suas relações inter e intrapessoais, suas diferentes formas de
expressão, desenvolve um olhar crítico sobre questões sociais e tem atitudes
frente a isso. ( Nogueira, 2001, p.29).
Um projeto busca estabelecer
conecções entre vários pontos de vista, contemplando, uma pluralidade de
dimensões.
Um projeto de aprendizagem nasce
de curiosidades ou temas que interessam a um grupo de estudantes que necessitam
de informações diversificadas. Estes temas, em função da sua abrangência e
quantidade de dados que geram, levam os estudantes a estabelecer relações entre
informações de diversas áreas, favorecendo a interdisciplinaridade.
ETAPAS DE UM PROJETO DE
APRENDIZAGEM
- Planejamento – o quê, por que, como, quando, quem, onde – é importante que os anseios dos alunos sejam considerados nesta etapa, inclusive buscar a participação dos mesmos.
- Execução/Realização – Momento em que todos põem a mão na massa. É o momento em que acontece a pesquisa realizada pelos alunos mediados pelos professores. Neste momento o professor deve estar sempre estimulando a busca de novos conhecimentos e atento a novos problemas que poderão surgir.
- Depuração - (autocrítica e autoavaliação) é o momento em que se observam e criticam as fontes de pesquisa, aprofunda-se o detalhamento dos temas relevantes e acontecem as melhorias das pesquisas. É fundamental esse momento para que o projeto realmente produza o conhecimento.
- Apresentação e exposição – após as melhorias é relevante compartilhar o conhecimento produzido individual e/ou pequenos grupos para os demais colegas.
- Avaliação e críticas – é importante que essa etapa seja coletiva e participativa, para que realmente possa acontecer a cooperação na melhoria do projeto como um todo. Este é o momento da avaliação final do processo de aprendizagem ocorrido através do projeto, nesta etapa pode surgir novos problemas que podem gerar projetos posteriores.
- Observação importante: Uma das ênfases da Pedagogia de Projetos é levar à metacognição, isto é, a capacidade de refletir sobre sua forma de pensar, descobrindo e analisando quais os mecanismos são utilizados neste processo de pesquisa, vivência, integração e descoberta.
Ensino X Aprendizagem
Autoria.
Quem escolhe o tema?
|
Professores, coordenação pedagógica
|
Alunos e professores, individualmente, e, ao
mesmo tempo, em cooperação
|
Contexto
|
Arbitrado por critérios externos e formais
|
Realidade da vida do aluno
|
A quem satisfaz?
|
Arbítrio da sequência de conteúdos do currículo
|
Curiosidade, desejo, vontade do aprendiz
|
Decisões
|
Hierárquicas
|
Heterárquicas
|
Definições de regras direções e atividades
|
Impostas pelo sistema, cumpre determinações sem optar
|
Elaboradas pelo grupo, consenso de alunos e professores
|
Paradigma
|
Transmissão do conhecimento
|
Construção do conhecimento
|
Papel do professor
|
Agente
|
Estimulador/orientador
|
Papel do aluno
|
Receptivo
|
Agente
|
Organização do projeto
Ao se pensar no desenvolvimento
de um Projeto, a primeira questão colocada diz respeito a como surgem esses
projetos e, principalmente quem propõe o tema para o projeto. O importante é o
envolvimento de todo o grupo com o processo.
O que
caracteriza o trabalho com Projetos não é o fato da temática surgir dos alunos
ou professores, mas o tratamento dado a esse tema no sentido de torná-lo uma
questão do grupo como um todo e não apenas de alguns ou do professor.
Nesse sentido, os problemas ou
temática podem surgir de um aluno em particular, de um grupo de alunos, da
turma, do professor ou da própria conjuntura. O que se faz necessário garantir
é que esse problema passe a ser de todos com um envolvimento efetivo na
definição dos objetivos e das etapas para alcançá-lo.
O Projeto deve ser desenvolvido
com os alunos e não para os alunos.
Problematização
É o
ponto de partida, o momento detonador do projeto. Nessa etapa inicial, os
alunos irão expressar suas ideias, crenças, conhecimentos sobre o problema em
questão. Este passo é fundamental, pois dele depende todo o desenvolvimento do
projeto. Os alunos não entram na escola como uma folha em branco, já trazem, em suas bagagens, hipóteses,
concepções sobre o mundo que o cerca. E é dessas hipóteses que a intervenção
pedagógica precisa partir, pois, dependendo do nível de compreensão inicial dos
alunos, é evidente que o processo toma um ou outro caminho.
É na
fase de problematização que o professor detecta o que os alunos já sabem e o
que ainda não sabem sobre o tema em questão. É, também, a partir das
questões levantadas nesta etapa que o projeto é organizado pelo grupo.
Desenvolvimento
É
momento onde se criam as estratégias para buscar respostas às questões e
hipóteses levantadas na problematização. Aqui, também, a ação do sujeito é
fundamental. Por isso, é preciso que os alunos se defrontem com situações que
os obriguem a confrontar pontos de vistas, rever suas hipóteses, colocar-se
novas questões, confronta-se com novos elementos postos pela ciência. Para
isso, é preciso que se criem propostas de trabalho que exijam saída do espaço escolar, a organização em
pequenos e grandes grupos, o uso da biblioteca, a vinda de pessoas convidadas à
escola, entre outras ações. Nesse processo, os alunos têm que utilizar todo o
conhecimento que têm sobre o tema e se defrontar com conflitos, inquietações
que as levarão ao desequilíbrio de suas hipóteses iniciais.
Síntese
Em todo
esse processo, as convicções iniciais vão sendo superadas e outras mais
complexas, vão sendo construídas.
As novas aprendizagens passam a fazer parte
dos esquemas de conhecimento dos alunos e vão servir de conhecimento dos
alunos, servindo de conhecimento prévio para outras situações de aprendizagem.
Atividades Disparadoras
São as
atividades necessárias para motivar os alunos no desenvolvimento do Projeto. Ex.:
filmes, passeios, palestras etc..
Tema gerador
A
escolha do tema deve ser relevante para o aluno construir/investigar e
viabilizar a construção do conhecimento. Tema Gerador é quando a comunidade
escolar escolhe um tema para ser desenvolvido em todas as áreas do
conhecimento. Isto é tema comum para as diversas disciplinas. É uma proposta
pedagógica elaborada por Paulo Freire composta de uma sequência de ações
envolvendo toda comunidade escolar (professores alunos e familiares).
Certezas Provisórias
É o
conhecimento que se tem sobre o tema proposto. Todos podem aprender com todos,
inclusive o educador. É fundamental a valorização da experiência que cada um
carrega consigo na formulação do problema e no desenvolvimento do projeto de
aprendizagem.
Problemática
É a
situação que motivou o aluno a despertar seu interesse sobre o tema escolhido.
Dúvidas provisórias
É o que
se quer conhecer (descobrir) a respeito do assunto. São os questionamentos que
irão nortear a pesquisa, a investigação.
Estratégia para solução
São os
passos necessários para o desenvolvimento da pesquisa (de que forma vai ser
desenvolver a pesquisa): levantamento de dados, fonte de pesquisa etc..
Registro da Produção e Reflexão
dos dados Coletados
Que
aplicativos foram utilizados e de que forma esses aplicativos foram trabalhados.
Execução das Estratégias
Formação
da equipe, distribuição das atividades, elaboração do material.
Observações no decorrer do
Projeto
Fique
atento ao desenvolvimento de seu projeto, avalie sempre e verifique se suas
dúvidas temporárias estão sendo esclarecidas e se surgiram novas. Observe o
ciclo de aprendizagem: descrição; execução; reflexão; depuração.
A escrita
q Nome do Projeto.
q Professor (a)/(es)
Parceiro (s).
q Escolas onde
o projeto será desenvolvido.
q Descrição do
projeto (objetivos e justificativa/s).
q Questões de
investigação – (norteadoras do tema).
q Procedimentos
de trabalho (metodologia/passos do projeto).
q Área de
conhecimento principal – Ex.: Drogas (ciências).
q Área de
conhecimento secundário – Língua Portuguesa, História, Matemática etc..
q Número de
participantes.
q Período
provável de desenvolvimento do projeto.
q Informações
complementares ( visitas a museu, palestras, filmes, entrevistas etc.).
q Bibliografia.
q Obs.: seguir
as normas da ABNT.
OS NOVOS ESPAÇOS DE ATUAÇÃO DO
PROFESSOR
A sala
de aula será, cada vez mais, um ponto de partida e de chegada, um espaço
importante, mas que combina com outros espaços para ampliar as possibilidades
de atividades de aprendizagem. José
Manuel Moran (2002).
A
função da biblioteca escolar é transformar teorias em prática, alertando os
professores sobre a importância da utilização da biblioteca, lugar muitas vezes
escondido e esquecido, mas que caracteriza uma espécie de tesouro ainda não
muito explorado. (Calixto, José Antonio).
O Papel
fundamental do vídeo na escola está na possibilidade de mostrar a realidade à
criança de forma indireta, toda vez que não for possível a observação direta. O
vídeo não substitui a realidade, mas permite torná-la mais próxima. (caderno TV
escola/MEC).
EXEMPLOS DE POSSIBLIDADES: temas geradores: figuras, filmes, músicas etc..
Figuras – exemplos:
Filmes: escolher com os alunos.
Músicas: escolher com os alunos.
Etc.: os alunos sugerem os temas.
Início: os novos espaços do professor.
Bibliografia
Possibilidades interdisciplinares
TEMAS GERADORES do projeto de
aprendizagem – o mesmo para as
diferentes áreas.
Língua Portuguesa
q O QUE É O PROJETO?
q PARA QUE SERVE?
q ETAPAS DO PROJETO
q DIFERENÇA ENTRE PROJ. DE ENSINO E APRENDIZAGEM.
q QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO.
História
q PRESSUPOSTOS TÉORICOS
q PENSADORES ( John Dewey)
q LINHA DO TEMPO.
Geografia
q INSERÇÃO DE MAPAS;
q LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DAS REGIÕES PESQUISADAS;
q VALORIZAÇÃO DA REGIONALIDADE.
Ciências
q CERTEZAS E DÚVIDAS PROVISÓRIAS
q PESQUISAS DE CAMPO.
Arte
q ANÁLISES DE IMAGENS;
q PAISAGEM
NATURAL E MODIFICADA
q PERCEPÇÃO AUDIO-VISUAL
q RELEITURA DE IMAGENS.
Educação Física
q AUTOESTIMA;
q DIVISÃO DE
HABLIDADES E COMPETÊNCIAS;
q ESPÍRITO DE COMPETITIVIDADE/SOLIDARIEDADE.
Matemática
q USO DA AUTOFORMAS NA GEOMETRIA;
q USO DAS FERRAMENTAS DE DESENHOS NA CONSTRUÇÃO DOS
SLIDES;
q UTILIZAÇÃO DO EXCEL NA CRIAÇÃO DE GRÁFICOS E
PLANILHAS.
Bibliografia
Demo,
Pedro (1998). “Educar pela Pesquisa”, Campinas: Autores Associados.
Feitosa,
Aparecida C.(2004) O ambiente informatizado no
desenvolvimento dos projetos de aprendizagem, texto extraído da Dissertação de
Mestrado.
Martins,
J. S. (2001) “O trabalho com Projetos de Pesquisa: do Ensino Fundamental ao
Ensino Médio”, Campinas: Papirus.
Moran,
J. M. e Masetto, M. T. e Behrens, M. A. (2000) “Novas Tecnologias e Mediação PNogueira, N. R.
(2001) “Pedagogia de Projetos: uma jornada interdisciplinar rumo ao
desenvolvimento das Múltiplas Inteligências”, São Paulo: Érica
Schlemmer,
E. (2001) “Projetos de Aprendizagem
Baseados em Problemas: uma metodologia interacionista/construtivista para
formação de comunidades em Ambientes Virtuais de Aprendizagem”, Revista Digital
da CVA, Curitiba, v.1, n.1 –
Vinholi,
Maria da Graça G.(2004), Articulando Saberes através da Pedagogia de Projetos,
texto mímeo.
“ler é
mais importante do que estudar”
(Ziraldo
e Cleide Pereira Gomes)
“... se
a escola desenvolver o gosto e hábito pela leitura terá cumprido seu papel”.
(Carlos
Cagliari, Ruben Alves e Cleide Pereira Gomes).
“...
minhas dúvidas são temporárias. Minhas certezas provisórias”
(Léa
Fagundes e Cleide Pereira Gomes)
|
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO
GRANDE
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
COORDENADORIA DO ENSINO FUNDAMENTAL
- 6º ao 9º
NÚCLEO DE LINGUAGENS – NULING
O FILME EM
AÇÃO
Cleide Pereira
Gomes
Campo Grande/MS
01-
Informações sobre a atividade
· Título: O Filme em ação
·
Coordenadora: Cleide Pereira Gomes/Professora de Língua
Portuguesa
·
Executora: ________________________________________________
·
Local: Escola Municipal
_____________________________________
·
Início e término: conforme cronograma das aulas
planejadas
·
Número de participantes: aproximadamente ______ alunos
02- Apresentação
Ao
nos colocar no centro da fantasia, da interpretação da realidade, da conotação
e da paixão pela forma, ao criar as muitas possibilidades de interpretação, a
arte põe no fruidor a responsabilidade de descobrir significados, de jogar o
jogo, de montar o quebra-cabeça. Assim, são convidados a atuar a sensibilidade
e o espírito crítico do sujeito/aluno, qualidades fundamentais para o sujeito
transformado em cidadão.
A
arte é talvez o reduto especial em que, por meio da fantasia e do jogo, somos
convidados à (re) interpretar o mundo. Ao nos expressarmos, desvendamos o mundo
por meio de diferentes linguagens.
Nesse
sentido, a arte é uma forma de conhecimento. No filme, as figuras de linguagem
são usadas porque, às vezes, o sentido mais comum, o denotativo, das palavras
não nos parece suficiente para expressar a carga de sentimentos que queremos
revelar em certa situação sociocomunicativas, desse modo, ao assistir a um
filme,os alunos internalizam múltiplas formas de se expressar oralmente e por
escrito.
Desse
modo, o filme é usado tanto como fonte de prazer e alegria, quanto de
conhecimento e, também, como pretexto para consolidar habilidades de leitura,
de escrita e construir os saberes de diferentes áreas. Trabalhar diferentes
linguagens é uma prática obrigatória, visando melhorar a proficiências dos
alunos no que se refere ao ato de ler e escrever.
Estudos
científicos comprovam que ao assistir filmes, há uma atividade mental intensa,
pois são feitas antecipações, hipóteses, inferências, entre outras estratégias.
Esta atividade mental desenvolve habilidades importantes para a compreensão de
textos mais complexos.
“É melhor ler
do que estudar”, afirma com frequência o escritor Ziraldo. Evidentemente, que o
ato de estudar é imprescindível para a aprendizagem, porém, o interesse de ler diferentes
linguagens, entre elas a do filme, e compreender, certamente, vem em primeiro
lugar uma vez que este pode, às vezes, transformar o aluno em pesquisador e,
assim ser um buscador e formador de conhecimentos.
03- Justificativa
A maior dificuldade encontrada no meio escolar é a escassez de leitura e de produção textual por falta de acesso à literatura e a cultura. A diversidade de gêneros textuais é o portal dos saberes possibilitando transformar, aperfeiçoar e construí-los em todas as áreas do conhecimento.
Assim, faz-se necessário possibilitar aos alunos a realização de aula-filme a fim de exercitar diferentes linguagens, favorecendo o exercício da cidadania e para proporcionar aprendizagem significativa por meio de atividades contextualizadas. A aula-filme visa efetuar um trabalho que contemple tanto o gênero filme quanto outros textos que circulam socialmente e os quatro eixos de Língua Portuguesa de maneira integrada.
04-Objetivos
·
Vivenciar com os alunos possibilidades de aulas
mais atraentes e motivadoras.
·
Trabalhar as dificuldades, necessidades e
possibilidades de aprendizagens dos alunos.
·
Incentivar a apreciação da arte, interesse e
valorização de tudo que se refere à Cultura.
·
Favorecer a colaboração, solidariedade,
proporcionar maior entrosamento e parceria entre os alunos e o professor.
·
Desenvolver habilidades: lingüísticas,
interpessoal e intrapessoal;.
·
Utilizar o filme como meio para a construção
e expansão do conhecimento de forma lúdica e como incentivo ao processo de
ensino e de aprendizagem.
·
Despertar o interesse à pesquisa com base
para oralidade, leitura, produção de textos, análise e reflexão sobre a língua
e sobre o gênero.
·
Produzir mudanças nos alunos no que se refere
à expressão da arte.
·
Ampliar conhecimentos, mudar valores e,
também mudar comportamentos em relação ao apreço à arte.
·
Trabalhar: variações lingüísticas; figuras de
linguagem; pontuação; acentuação; concordâncias nominal e verbal; ortografia;
segmentação de palavras e de frases; coesão; coerência; situação de produção do
gênero filme:tema, finalidade, interlocutores.
·
Enriquecer o vocabulário.
·
Incentivar o uso de dicionário e de
gramática.
·
Trocar experiências e vivências.
·
Aguçar a imaginação.
·
Desenvolver a iniciativa e a criatividade.
05- Metodologia
Este projeto incentivará o
apreço pela arte e pela cultura aos alunos da Escola Municipal Professor
Arlindo Lima, de forma diversificada, como a seguir:
·
conscientização, geral, da importância e
necessidade da arte, bem como o uso constante do dicionário;
·
assistir ao filme proposto pela professora;
·
aprendizagem para registrar informações abstraídas do texto filme;
·
expressão, oral e/ou escrita, para o meio no qual está inserido;
·
produção de textos (verbais e não-verbais) alterando, ou não, a
história contida no filme;
·
re-escrita de seu próprio texto quantas vezes forem necessárias,
mantendo a coerência e a coesão textual;
·
leitura em voz alta de seu próprio texto;
·
fotografar e/ou filmar, se possível, para registro e montagem de
painéis;
·
dramatização da história contida no filme;
·
organização de um livro coletivo com as produções dos alunos.
06- possibilidades de Atividades advindas da
leitura do filme
1.
dizer o que mais gostou e porquê;
2.
falar sobre o que menos gostou e por quê;
3.
deixar claro se indicaria o filme visto para alguém ou
não e por quê;
4.
elaborar livros individuais e/ou coletivos com os
textos produzidos;
5.
pesquisar a respeito dos profissionais envolvidos no
filme (Internet, livros, vídeos);
6.
fazer feiras de livros – convidar editoras e
escritores;
7.
explorar a variedade lingüística, solicitando aos
alunos que identifiquem as marcas lingüísticas (gírias, estrangeirismos,
brasileirismos, neologismos) características de cada grupo social.
8.
transcrever as falas de personagens e posterior
re-escrita adaptando à língua padrão escrita.
9.
explorar figuras de linguagens, solicitando aos alunos
que registrem exemplos de usos de linguagem figurada nas falas dos personagens
e depois re-escrevam os trechos usando linguagem denotativa.
10. expressar,
oralmente e por escrito: se gostou ou não, o que mais chamou a atenção, quais
temas foram abordados no decorrer do filme.
11. solicitar
produção de diferentes gêneros, com base no filme, tais como: debate, poema,
cordel, dramatização, desenho, história em quadrinho, crônica, mímicas, notícia
dentre outros.
07- Recursos
·
Humanos:
-
alunos e professores;
-
equipe técnica pedagógica.
·
Materiais:
- papel sulfite
- filme
(DVD)
-televisão
ou
-data
show
-tela
-caixa
de som
-
papel cartão
-
canetinha
-
caderno
-
lápis
-
caneta
- borracha
-
cola
-
cartolina
-
régua
-
dicionários
-
gramáticas
-
materiais para edição e impressão de livro
-
outros, conforme necessidade
08- Processo de Avaliação
Por meio das
leituras, da oralidade, das produções, da análise e reflexão sobre a língua e
gêneros textuais dos alunos.
09- cronograma de Execução
Etapas
|
aulas |
||||
1ªAULA
|
2ªaula
|
3ºaula
|
4ªaula
|
5ªaula
|
|
Conscientização e motivação para assistir ao file.
|
X
|
||||
Apresentação de slides sobre o filme
|
X |
||||
Assistir ao filme
|
X
|
X
|
|||
Comentários e discussões sobre o filme
|
X
|
||||
Atividades advindas
do filme e avaliação parcial.
|
X
|
||||
Avaliação final
|
X |
||||
10-OBSERVAÇÕES
Coerência
e Coesão Textual
Prática
e teoria
1ª parte
Construindo
o conceito
1. Reescreva o texto seguinte,
completando as lacunas com uma das palavras sugeridas entre parênteses. Ao
escolher as palavras, você vai notar que é possível produzir diferentes textos.
Contudo, procure manter a coerência de idéias.
A pessoa que me recebeu na
casa ______________ (elegante, chique,
mal-assombrada, pobre) era uma _____________ (velha,garota, senhora, bruxa) de
mais ou menos ______ (16, 30, 78, 140) anos, muito ______________ (simpática,
interessante, feia, falante), de cabelos ____________ (longos, curtos,
arrepiados, brilhantes, negros), nariz _______________ (arrebitado, adunco,
pequenino, fino). Tinha um olhar ________________ (amedrontador, meigo, sereno,
profundo)! Apresentou-se num ______________ (fino, elegante, asqueroso, sóbrio)
vestido __________________ (preto, branco, cinza, cor-de-rosa) e convidou-me
para entrar e tomar um suco. Eu ____________ (entrei, saí correndo, aceitei o
convite) _______________________ ( agradecido, envergonhado, apavorado,
tímido).
( Respostas
pessoais. O importante é os alunos perceberem que, dependendo das escolhas que
façam nas primeiras lacunas, as demais ficam condicionadas a elas, sob pena de
se perder a coerência.).
2. Leia este texto:
Os ursos pandas chineses
já foram paparicados pelos ecologistas até o limite da chatice. Mas promete ser
divertido vê-los num filme que começa a ser rodado no Himalaia pela Warner
Brothers americana.
(Superinteressante, setembro/1994).
a) Releia a 2ª frase do texto. O
autor inicia com uma marca de coesão, a palavra, mas, que introduz um sentido de
oposição. Uma idéia nova, que vai ser apresentada, será oposta a uma idéia da
frase anterior. Quais são as idéias que estão em oposição?
(
O autor opõe a idéia de “ser divertido” ver o filme à idéia da chatice do
protecionismo excessivo dos ecologistas em relação aos pandas.).
b) Outra marca
de coesão
existente na 2ª frase é o pronome los, em “vê-los”. Esse pronome é usado no lugar de
um termo mencionado na 1ª frase do texto, evitando sua repetição. Qual é esse termo?
(Ursos
pandas chineses).
3. A repetição desnecessária e
excessiva de palavras prejudica a coesão de um texto. Uma forma de evitar esse
problema é substituir as palavras ou expressões repetidas por pronomes
pessoais. Observe:
Os
ursos pandas são
admirados em todo o mundo. Agora os ursos pandas poderão ser vistos...
·
Veja
como ficaria, com a substituição:
Os
ursos pandas são
admiradas em todo o mundo. Agora eles poderão ser vistos... ou Agora
poderemos vê-los...
Perceba que tanto o pronome pessoal reto eles quanto o pronome pessoal oblíquo los
referem-se ao
termo anteriormente mencionado: os ursos pandas.
·
Faça
o mesmo. Substitua nas frases seguintes os termos destacados por pronomes:
a) Os
ecologistas se preocupam demais com os ursos pandas, mas
agora os ecologistas não terão mais com que se preocupar...
(
... mas agora eles...)
b) Os
tigres asiáticos sofrem
o risco de serem extintos; porém, graças à ação dos ecologistas, tem sido
possível manter os tigres asiáticos vivos.
(...
mantê-los...)
c) Saiu de sua
cidade aos
15 anos de idade, mas nunca deixou de amar sua cidade.
(...
nunca deixou de amá-la.)
d) Escreva com o
lápis,
mas não use o lápis para coçar o ouvido.
(...não
o use...)
e)
Maurício foi buscar seu primo; enquanto isso você fica sentado,
esperando que Maurício traga seu primo.
(...
esperando que ele o traga.)
4. Observe este exemplo:
Tenho prova hoje. Não estudei
nada.
Tenho prova hoje,
mas não estudei
nada.
As frases dos pares abaixo mantêm entre si uma
relação lógica subentendida. Seguindo o exemplo, uma as duas frases em uma
única, garantindo a coerência e a coesão das idéias. Para fazer a união,
empregue conectivos como mas, porque, portanto, por isso, que, embora,
apesar de, pois, e, porém etc.
(Professor:
Sugerimos algumas respostas, previsíveis dentro dos limites do contexto
oferecido. É claro que, se essas frases forem ditas em outros contextos não
previstos, novas respostas serão possíveis.)
a)
Faço
natação todos os dias. Faço judô duas vezes por semana. (e, mas)
b)
Não
estou me sentindo muito bem. Vou para casa.
(por isso, portanto)
c)
Foi
para casa. Não
estava se sentindo muito bem.
(pois, porque)
d)
Tomei
um táxi até o aeroporto. Não consegui tomar o avião a tempo.
(mas,
porém)
e)
Não
consegui tomar o avião a tempo. Tomei um táxi até o aeroporto.
(embora tenha
tomado, apesar de ter tomado)
f)
O
mecânico nos socorreu na estrada. Não conseguiu achar o defeito do carro.
(mas,
porém)
g)
Vamos
entrar. Vai chover.
(pois, porque)
h)
Ele
comeu tanto. Depois, sentiu-se mal.
(que)
i)
Nada
o impedia de sair. Preferiu ficar.
(mas, porém)
“Ler
é mais importante que estudar”
(Ziraldo e Cleide Pereira Gomes)
|
Conceituando
Quando produzimos um texto, desejamos nos
comunicar com nossos leitores, transmitir-lhes informações e modificar seu
comportamento. Por essa razão, o texto não pode ser um aglomerado de frases sem
conexão. Ele precisa apresentar textualidade , ou seja, ser
bem-estruturado, ter palavras, frases e idéias articuladas entre si. Essa
conexão é garantida pela coerência e pela coesão textual.
Coerência textual
- Compare estes dois enunciados:
a) “Ontem eu fui ao cinema, mas a garrafa caiu
no chão. Apesar disso, lá o açougueiro tomou um táxi e empinou uma pipa.”
b) “Ontem eu fui ao cinema, mas não gostei do
filme. Apesar disso, lá comi pipoca e tomei refrigerante.”
Como se nota, dos dois enunciados, apenas o
2° (letra b) é bem-formado. As palavras, as orações e as frases que o compõem
têm umas com as outras uma relação que
lhe confere sentido, fazendo-o ser um texto coerente. Assim,
apenas o 2° (letra b) enunciado apresenta coerência textual, que é um
dos requisitos da textualidade.
O 1° (letra a) enunciado, embora tenha
construção semelhante à do 2° (letra b) enunciado, é incoerente, pois a
relação existente entre as palavras, as orações e as frases não lhe confere
sentido. O 1° (letra a) enunciado, portanto, não chega a construir um
texto, isto é, não possui textualidade, pois lhe falta coerência
textual.
Coerência textual são as articulações de idéias que
conferem sentido a um texto.
Coesão textual
- Agora compare estes dois enunciados:
a) “Amo você. Não gosto de suas manias. Eu
também tenho manias.”
b) “Amo você, mas não gosto de suas manias,
embora eu também as tenha.”
Perceba que nesse, caso, as idéias dos dois
enunciados têm coerência. Mas há uma
diferença: somente no 2°(letra b) enunciado os articuladores das palavras e
idéias estão explícitos: mas, embora e as. O conectivo mas faz restrições ao amor afirmado
anteriormente (não é um amor sem problemas); o conectivo embora introduz
uma idéia de oposição (concessão), e o pronome as retoma a palavra manias
para evitar a repetição.
Essas articulações gramáticas existentes
entre as palavras, orações e frases conferem ao texto o que chama de coesão.
A coesão é responsável pela clareza e precisão das idéias do texto. Um texto,
para ter textualidade, precisa, além de ter coerência, estar bem-formado
quanto aos elementos coesivos, ou seja, apresentar coesão textual.
Coesão textual são as articulações gramaticais existentes
entre as palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto.
Tanto
a coerência quanto a coesão são responsáveis pela construção do sentido do
texto e, portanto, de sua textualidade.
2ª parte
textualidade, coerência e coesão
Leia esta tira de Angeli:
O texto de Angeli é formado por
uma seqüência de seis quadrinhos, que devem ser lidos da esquerda para a
direita e de cima para baixo. Se lermos somente um único quadrinho da tira ou
lermos a tira de trás para frente, talvez sejamos até capazes de perceber o
assunto do texto, mas provavelmente o seu sentido global e o humor ficarão
sinceramente comprometidos.
Isso significa que um texto, como
unidade de sentido, não é apenas o resultado da soma de suas partes. Um texto
pressupõe uma organização interna específica, como, por exemplo, a seqüência
das partes e a relação existente entre as idéias e entre as palavras.
Observe que, no 2° balão, a mãe
do garoto diz: “Aí, ele quis colocar outro e mais outro, e
outro...”. a palavra Aí liga-se ao texto do 1° balão, dando uma
idéia de seqüência temporal: posteriormente, algum tempo depois. O pronome ele
refere-se ao filho, mencionado no 1° balão, e o pronome outro,
citado três vezes, refere-se a piercing, também mencionado anteriormente.
No 4° balão, a mãe diz: “Mas eu
alertei que ele poderia ter problemas”. Note que a palavra seguida, ou seja,
ela apoiava a idéia de o filho usar piercings e, em contraposição,
lembrava a ele a possibilidade de ter problemas.
Essas relações existentes entre
palavras, frases e idéias é que fazem um texto apresentar textualidade, ou seja, ser um todo
significativo, e não um aglomerado de palavras e frases desconexas.
Entre os fatores que contribuem
para formar a textualidade, há dois que serão vistos mais adiante em : coesão e
coerência.
A coesão textual
Como você viu na tira de Angeli,
palavras como ele e outro estabelecem relações entre outras
palavras, retomando termos já expressos anteriormente. Veja:
Aí
ele [o meu filho] quis colocar outro [piercing] e outro
[piercing]...
Esse tipo de articulação
gramatical existente entre as palavras de um texto chama-se coesão
textual.
Além desse tipo de coesão, em que
uma palavra (substantivo, pronome, numeral, advérbio, adjetivo etc.) retoma
termos já expressos, também pode haver coesão entre palavras e partes maiores
de um texto, como, por exemplo, orações, frases e parágrafos. Para isso,
contribuem os conectores, palavras como então,
aliás, também, isto é, entretanto, e, por isso, porque, daí, porém, mas. Veja:
Aí ele quis colocar outro e mais outro, e outro...
Obs.:Professor, A palavra conectores foi empregada
aqui com um sentido mais amplo do que aquele que tradicionalmente se atribui ao
conectivo (conjunção), que é apenas um dos tipos de conectores textuais.
O conector e liga termos
de mesmo valor: outro mais outro, outro.
Veja agora esta outra frase:
Achei
todos legais, bonitos... Mas eu alertei... que poderia ter problemas.
Nesse quadrinho de
Bill Watterson, tomado isoladamente, notam-se marcas de coesão, como então,
lá e eles, entre outras. Porém, sem a situação discursiva de que esses
enunciados fazem parte, de nada valem essas marcas e os enunciados perdem o
sentido.
|
(Os dias estão simplesmente lotados,
São Paulo: Best, 1995. v.2, p. 60.)
O conector mas, nessa
seqüência, contrapõe duas idéias: a mãe apóia os piercings do
filho e, ao mesmo tempo, imagina os problemas que podem decorrer desse uso.
Além da relação de oposição, os conectores podem transmitir outros tipos de
relação, como causalidade, temporalidade, conseqüência, proporcionalidade,
condição, conclusão etc.
As marcas de coesão textual
existem também na concordância entre verbos e nomes. Observe:
Ele
quis colocar outro...
Verbo 3ª
pes.
Pronome 3ª pes.
Achei
todos legais, bonitos...
Adjet.
Pronome masc.
Plural plural
Adjet. Masc. plural
Assim podemos concluir:
Coesão
textual são
as articulações gramaticais existentes entre palavras, orações, frases,
parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua conexão seqüencial.
A coerência textual
A tira de Angeli apresenta uma
organização de suas partes que resulta numa conclusão lógica. Veja:
·
quadrinhos
1, 2, e 3: a mãe diz ter apoiado a iniciativa do filho de usar piercings;
·
quadrinho
4: a mãe estabelece uma relação de oposição entre esse apoio e eventuais
problemas que o filho possa ter;
·
quadrinho
5 e 6: o filho, por estar enroscado nos piercings, pede ajuda à mãe.
Se a mãe já alertava sobre os
perigos dos piercings, a última cena é perfeitamente coerente com
as anteriores, pois não há contradição entre elas.
Assim, se a coesão é a conexão
gramatical de um texto, a coerência é sua conexão semântica, é a
articulação das idéias que apontam para uma unidade de sentido. Há coerência
num texto quando não há contradição de idéias, quando suas partes
harmonicamente constituem um todo significativo.
Coerência
textual
é o resultado da articulação das idéias de um texto; é a estruturação
lógico-semântica que faz com que numa situação discursiva palavras e frases
componham um todo significativo para
os interlocutores.
|
PODE HAVER
COERÊNCIA SEM COESÃO?
Sim, há textos que se organizam
por justaposição ou com elipses e, mesmo assim, podem ser considerados textos
por seus leitores/ouvintes, pois constituem uma unidade de sentido.
Um exemplo clássico de nossa
música popular é a canção Águas de março, de Tom Jobim, que se constrói pela
justaposição:
É
pau, é pedra
É
o fim do caminho
É
um resto de toco
É
um pouco sozinho
É
um caco de vidro
É
a vida, é o sol
[...]
A coerência, a coesão e o contexto discursivo
Quando alguém produz um texto, sempre acha que está sendo
claro o suficiente para transmitir o sentido desejado ao interlocutor. Este,
por sua vez, também se esforça para compreender a mensagem e, inicialmente,
acredita que o texto tem coerência.
Às vezes, porém, ocorrem falhas no processo comunicativo.
Por exemplo, o locutor pode não calcular bem o sentido que pretendia dar a seu
enunciado; ou o interlocutor, talvez por lhe faltarem conhecimentos sobre o
vocabulário ou informações sobre a realidade, pode não alcançar o sentido
pretendido pelo locutor.
Assim, em princípio, não existem textos coerentes e coesos
em si mesmos. A textualidade está diretamente relacionada ao contexto
discursivo. Um texto pode ser adequado e bem-formado em determinada situação e
completamente inadequado e incoerente em outra.
Imagine a seguinte situação: a seleção brasileira de futebol
joga com a Noruega. Ao final da partida, diante dos amigos, em sua casa, um
rapaz diz um destes enunciados:
__
Adorei o jogo da seleção brasileira, por isso vamos comemorar com champanhe.
__ Adorei o jogo da seleção brasileira. Perdemos de
2 a 1.
Pode parecer que somente a 1ª
frase seria bem-formada, pelo fato de apresentar coesão (a presença do conector
por isso) e coerência, já que
estabelece uma relação lógica entre duas orações, ou seja, tomar champanhe é
conseqüência da vitória de nossa seleção.
O 2° enunciado aparentemente
apresenta incoerência, uma contradição, pois pressupomos que nenhum brasileiro
gostaria de ver a derrota de seu time. No entanto, vejamos duas situações em
que esse enunciado seria coerente:
1ª) O locutor deseja ser irônico,
ou seja, diz uma coisa querendo dizer outra. No caso, a palavra adorei
está substituindo odiei. Se os interlocutores entenderem essa intenção,
dizemos que o texto foi coerente, pois alcançou plenamente o sentido pretendido
para aquela situação.
2ª) Antes do jogo, os amigos
fizeram uma aposta. O locutor apostou sozinho na derrota na derrota do Brasil
por 2 a 1 e, por isso, está feliz. O enunciado não é irônico e os
interlocutores certamente compreenderão o sentido pretendido pelo locutor:
adorou não a qualidade do futebol do time brasileiro, mas o resultado da
partida, que lhe deu o prêmio.
Assim, coerência e coesão são
fatores da textualidade regulados pelo contexto discursivo.
ATIVIDADES
Leia o texto que segue e responda às questões
propostas:
João Carlos vivia em uma pequena
casa construída no alto de uma colina, cuja frente dava para leste. Desde o pé
da colina se espalhava em todas as direções, até o horizonte, uma planície
coberta de areia. Na noite em que completava 30 anos, João, sentado nos degraus
da escada colocada à frente de sua casa, olhava o sol poente e observava como a
sua sombra ia diminuindo no caminho coberto de grama. De repente, viu um cavalo
que descia para sua casa. As árvores e as folhagens não o permitiam ver
distintamente; entretanto observou que o cavalo era manco. Ao olhar de mais
perto verificou que o visitante era seu filho Guilherme, que há 20 anos tinha
partido para alistar-se no exército, e, em todo esse tempo, não havia dado
sinal de vida. Guilerme, ao ver o pai, desmontou imediatamente, correu até ele,
lançando-se nos seus braços e começando a chorar.
(Texto cedido pela professora Mary
Kato. Apud Ingedore G. Villaça Koch e
Luiz C. Travaglia. Texto e coerência. 4ª ed. São
Paulo: Cortez, 1995.p.32-3.)
1. Observe se o autor emprega
adequadamente sinais de pontuação, se o texto apresenta vocabulário e
construção cultas ou raras. Em seguida, conclua: o autor do texto demonstra ter
domínio da linguagem escrita ou não? Justifique sua resposta com elementos do
texto.
R.: Sim, o texto apresenta emprego adequado dos
sinais de pontuação, um vocabulário relativamente culto, com palavras como
“planície”, “poente”, “distintamente”, etc.; e construções sintaticamente
cultas, como “uma colina, cuja frente dava [...]”. de acordo com a norma culta,
há apenas o uso inadequado de regência em “As árvores e as folhagens não o
[lhe] permitiam ver...”.
2. Além do domínio vocabular e
sentido da língua, o texto também apresenta marcas de coesão.
Destaque do texto:
a) dois exemplos de coesão, nos
quais uma palavra (substantivo, pronome, numeral, etc.) retome um termo já
expresso;
R.: “à frente de sua casa” (casa
de João); “a sua sombra” 9a sombra do sol); “correu até ele”(correu
até seu pai).
b) dois exemplos de marcadores
temporais que dão idéia de seqüência dos fatos;
R.: “Na noite em que [...]”; “De
repente”; “Ao olhar de mais perto[...]
c) um conector que estabeleça uma
relação de oposição entre duas idéias.
R.: “entretanto observou [...]”.
3. Apesar de aparentemente
bem-redigido, o texto apresenta sérios problemas de coerência, que o torna
inadequado. A fim de constatar os problemas de coerência do texto, responda:
a) A cena narrada ocorre à noite
(“Na noite em que completava 30 anos”). No entanto, o que João olhava, sentado
à frente de sua casa?
R.: Olha o pôr-do-sol; logo, a
cena ocorria no fim da tarde, e não à noite.
b)João está completando 30 anos.
No entanto, o filho que retorna saíra havia 20 anos para alistar-se no
exército. Portanto, qual é a idade do filho? Levante hipóteses: que idade
aproximadamente deve ter João?
R.: O filho tem 37 ou 38 anos e
João provavelmente tem acima de 50 anos.
c)João morava numa colina árida,
diante de um cenário desértico. Que elementos do texto contrariam essa
informação?
R.: As caracterizações “caminho
coberto de grama” e “árvores e folhagens” referentes à paisagem.
d) A frente da casa “dava para
leste”. O leste ou o oriente é onde
nasce o sol. Que fato do texto é incoerente com essa informação?
R.: O fato de João estar vendo o
pôr-do-sol acontece em frente a sua casa. O provável é que o sol estivesse se pondo atrás da casa.
4.O texto em estudo foi produzido
numa situação escolar. Levando em conta os tipos de incoerência do texto,
responda:
a) Que idade é provável que o autor
do texto tenha?
R.: Deve ser uma criança,
provavelmente com menos de 10 anos.
b) A que causas podemos atribuir
algumas dessas incoerências?
R.: Resposta pessoal. Sugestão: À
falta de vivência do aluno.
3ª parte
Mecanismos
de coesão ( escrevendo com coesão)
Você já aprendeu que um texto,
para não ser um amontoado de frases soltas, apresentar textualidade.
Aprendeu também que alguns dos fatores essenciais da textualidade são a
coerência e a coesão.
Para
conhecer alguns dos mecanismos de coesão, leia este texto, do jornalista e
crítico de arte Luiz Sampaio:
Gato
por Lebre
Versões baratas pegam carona nos desenhos
Disney
Um mês depois de chegar aos
cinemas brasileiros, a chinesinha Mulan, da Disney, já ganhou clones. A
distribuidora Flashstar lança nesta semana um desenho com o nome da personagem.
Outra fita, O Segredo de Mulan,
do selo Cosmos, está à venda em supermercados e lojas de departamentos. Nos
dois casos, são produções baratas que nbão chegam aos pés do longa-metragem que
as inspirou. São frutos de uma esperteza comum nos últimos anos: pegar carona
nos sucessos da Disney. Também se encontram nas prateleiras das locadoras
imitações de O Rei Leão, Pocahontas,
Aladdin, A Bela e a Fera e O Corcunda de Notre Dame, entre outros títulos.
Uma cópia dessas está para um desenho
Disney assim como uma abóbora está para a carruagem da Cinderela. Os desenhos
clones são feitos, em geral, com um centésimo do orçamento das produções
originais. O resultado é que as imagens são grosseiras, os enredos são toscos e
a duração do filme mal alcança uma hora. Não é raro, ainda, que a história
original ganhe adaptações de fazer corar um aprendiz de roteirista. Em O
Segredo de Mulan, por exemplo, a protagonista é uma lagarta. Para quem não
quer comprar gato por lebre, resta esperar o lançamento em vídeo do Mulan de
verdade, previsto para o ano que vem.
(Veja, 5/8/98.)
1) Um dos mecanismos de coesão ou elas
coesivos mais utilizados é a referência, que permiti que uma palavra se
refira a outra expressa anteriormente, retomando-a, ou se refira a uma palavra
que ainda vai ser expressa, antecipando-ª
a) Identifique no texto o termo
anteriormente expresso a que se referem:
§ a expressão “Nos dois casos”;
R.: o filme Mulan e o
filme o segredo de Mulan.
§ o pronome as em “que as
inspirou”;
R.: produções baratas.
§ o pronome dessas em “Uma
cópia dessas”;
R.: imitações de O Rei Leão,
Pacahontas, etc.
§ gato e lebre em “Para quem não
quer comprar gato por lebre”. R.: respectivamente, imitações e produções
originais ou desenhos Disney.
b)
Identifique
a que tipo de esperteza, posteriormente explicada, se refere o trecho
“São frutos de uma esperteza [...]”.
R.: pegar carona nos sucessos da
Disney
2) Outro mecanismo freqüente de coesão é a substituição, que se verifica quando uma
palavra, expressão ou até uma oração inteira são substituídas por outro termo.
A substituição inclui a sinonímia, a antonímia, a hiponímia e a hiperonímia.
Veja alguns exemplos:
Já assisti a
vários filmes da Disney. São fitas, na verdade, para qualquer
idade.
Vocês acham que
imitações baratas não têm qualidade e eu também penso assim.
Na desta,
Juliana começou a dançar e todos fizeram a mesma coisa.
|
Identifique no texto a palavra, expressão ou até uma
oração que são substituídas por:
§ Outra fita, no 1°. parágrafo.
R.: Um desenho
§ Produções baratas em “são produções baratas que não
chegam [...]”
R.: desenho, filmes
§ Também em “também se encontram nas
prateleiras [...]”
R.: a palavra também retoma toda
a informação anterior, de que foram lançadas duas imitações do filme mulan, da
Disney.
3) Outro mecanismo de coesão
freqüentemente empregado é a elipse, que consiste na omissão de um
termo ou de uma oração facilmente subentendidos pelo contexto. Veja um exemplo:
Você não
quer sair, mas eu quero [sair].
Observe que, no início do texto
em estudo, pe mencionada a “chinesinha Mulan, da Disney”, isto é, a personagem
protagonista do filme. No entanto, as comparações com as imitações Mulan e
O segredo de Mulan sugerem um termo que não foi expresso na 1ª. frase do
texto.
a) Que termo é esse?
R.: O filme Mulan,da Disney.
b) Ao empregar a “chinesinha Mulan,
da Disney” em vez do termo identificando no item anterior, o autor fez uso de
uma figura de linguagem. Qual é essa figura?
R.: A metonímia.
ATIVIDADES
1) Identifique os mecanismos de
coesão utilizados no seguinte texto:
Ana Carolina tem 20 anos e,
aparentemente, é uma garota como todas as outras da sua idade. Está no 3° ano
da faculdade, trabalha, namora, viaja com os amigos. Mas existe algo diferente em sua rotina: há muito
tempo Carol freqüenta, semanalmente, psicoterapeuta, médico e nutricionista.
Tudo
aconteceu quando a garota resolveu fazer um inocente regime, pois achava que
estava “um pouco gordinha”. Tinha 14 anos e pesava 45 quilos. Procurou um
endocrinologista que a incentivou a perder cada vez mais peso. O emagrecimento
foi progressivo, até que seus pais se deram conta de que Carol quase não comia
e não conseguia mais parar de emagrecer. Apesar de cada vez mais magra, ela
sempre se sentia gorda. Se achava feia, incapaz de merecer afeto de alguém.
Passava dias sem colocar nada na boca; chegou a pesar 28 quilos. Enfraquecida,
desmaiando por todos os cantos, teve de ser internada. O que no começo parecia
simples “frescura de adolescente”, na verdade era anorexia nervosa, uma doença
que pode matar.
(Gisele Kawamurade Oliveira e
Silva. Pais &Teens,fev./mar./abr.1998.)
- outras (garotas);
-sua (de Ana Carolina);
-Carol (Ana Carolina);
-a garota (Ana Carolina);
-a (ela , a garota);
-emagrecimento
(perder cada vez mais peso);
-seus(pais da
garota);
-ela (a garota);
-se (a si própria, a
garota);
-frescura de
adolescente (o desejo de emagrecer ou desmaiar, estar fraca, etc.);
-uma doença que pode matar (anorexia nervosa);
v Observe
ainda a freqüente elipse do sujeito de verbos como passava, chegou, teve, etc.
2) Substitua os termos
destacados, a fim de evitar repetições. Veja um exemplo:
O garoto
estava com frio, mas a blusa do garoto tinha ficado em casa.
O garoto
estava com frio, mas sua blusa tinha ficado em casa.
|
a) Fique com a carteira na ao, pois
da última vez você esqueceu a carreira na loja.
R.: Esqueceu-a
b) Para Paulo Freire, a tarefa de
pais e educadores é ajudar o adolescente a encontrar um sentido produtivo e
criador para a rebeldia do adolescente. Paulo Freire foi
reconhecido internacionalmente por suas propostas de alfabetização.
R.: Sua rebeldia – O educador.
c) Educadores e psicólogos têm
discutido muito as influências da Internet sobre o comportamento de crianças e
jovens, pois acreditam que a Internet pode tanto ser boa quanto ruim
para crianças e jovens.
R.: Rede internacional de
computadores – eles.
d) Eu tenho medo de andar de avião,
mas se eu não andasse de avião levaria dias dentro de um ônibus para
cumprir meus compromissos.
R.: Usasse esse meio de
transporte.
e) Raul Seixas foi um dos mais
importantes compositores brasileiros nos anos 70 e até hoje as canções de
Raul Seixas são ouvidas ou regravadas, entre as canções, ‘A maçã’.
R.: Do compositor – elas.
3) Podemos contribuir para a coesão de um texto,
também substituindo palavras repetidas por sinônimos ou vocábulos da mesma área
semântica, ou seja, da mesma família de significados, como ônibus/veículo, aspirador
de pó/máquina, cidade/capital, etc. veja este exemplo:
Jostein Gaarder acaba de lançar, no Brasil,
seu último livro, Através do espelho. O autor de O mundo de Sofia
chegou a superar líderes tradicionais de vendas em nosso país, como
Ken Follet e Sidney Sheldon.
|
Com base nesse exemplo, substitua os termos
destacados no enunciado abaixo por outro equivalente, a fim de evitar
repetições:
O
famoso jogador do Cruzeiro afirmou que poderia ser transferido para o time do
Rio, mas p verdadeiro desejo do jogador não era ir para o Rio
e, sim, continuar em Belo Horizonte, pois toda a sua família reside em Belo
Horizonte.
Sobre
a proposta de salário de cerca de 50 mil mensais, o jogador afirmou que salário
não é tudo na vida de um jogador e que, para ele, é mais importante estar
próximo da família.
|
R.: atleta – a capital carioca – naquela
capital/cidade – dinheiro – profissional do esporte – entes familiares/pessoas
queridas.
4ª parte
Escrevendo com coerência
A não-contradição
Para
que um texto apresente textualidade, isto é, construa sentido de modo eficiente
, é necessário que ele não contenha problemas de contradição. A não-contradição
é um dos requisitos essenciais da coerência de um texto.
Há
dois tipos básicos de contradição: a interna e a externa ao
texto. A contradição interna ocorre entre o que se afirma antes e o que se
afirma depois na seqüência discursiva. A contradição externa ocorre quando o
que se afirma no texto não coincide com a realidade.
Leia o
texto que segue, observando a coerência das idéias, e responda às questões
propostas. O texto foi transcrito tal qual foi produzido, por isso apresenta
problemas de vários tipos, que vão da pontuação até aspectos de textualidade.
R.:Professor, fazer com os alunos uma
correção oral do texto, levando-os a observar os problemas mais evidentes,
principalmente os de pontuação.
O reencontro
Sandra e Paulo falaram-se por telefone, coisa que fazem
duas vezes ao ano: em seus aniversários. Sandra tem vinte e nove anos, alta e
ruiva de olhos azuis liga para parabenizar os trinta anos de Paulo, que ao
invés de estar feliz, esta muito triste. Sandra, sempre curiosa e
companheira, tenta marcar um encontro com Paulo, que aceita.
Oito da noite. Bar do bexiga. Lá estão eles de novo no
lugar onde começaram o namoro. Praticamente se vendo “pela primeira vez, a
segunda vez “, pois, já faz quatro anos que eles não se vêem.
__Oi, Sandra! Eu sei que devíamos
manter distância. Pois sempre acontece com ex-namorados. Você diz que marcou
encontro para conversar, por isso vou me abrir com você estou infeliz com
esse casamento e minha mulher não percebeu, pois minha mulher ta ocupada com
o nosso filho que está para nascer.
__AAH! Você casou, né? Eu tinha
esquecido. Vim aqui para tentar reconciliar com você, agora é tarde. Tchau!
Moreno, de olhos castanhos, Paulo
chora muito, e a vida continua.
(Redação de aluno, 1° ano do
ensino médio)
|
1) O narrador afirma no 1° parágrafo
que Sandra era “curiosa e companheira”.
R.: Uma companheira de verdade
não telefona ao amigo somente uma vez por ano.
2) No 2° parágrafo o narrador afirma
que as personagens se encontram num bar onde começou o namoro. Vêem-se “’pela
primeira vez, a segunda vez’, pois, já faz quatro anos que eles não se vêem”.
Da forma como está redigido, o texto é ambíguo.
a) Que sentido possíveis se depreendem do texto?
R.: Pode ser a primeira ou segunda vez que se vêem
depois de rompido o namoro ou durante todo o relacionamento.
b) Qual desses sentidos constitui uma contradição
externa, ou seja, algo incoerente com a realidade?
R.: O de se encontrarem uma ou duas vezes durante
todo o relacionamento; eles teriam se conhecido, namorando e rompido num único
dia.
3) No 3° parágrafo, Sandra e Paulo conversam.
a) É coerente a fala de Paulo de que deviam manter
distância, “pois sempre acontece com ex-namorados”?
R.: Não, pois isso não ocorre necessariamente.
b) Na seqüência, Paulo diz estar “infeliz com esse
casamento”. O texto já tinha feito qualquer tipo de mensão ao casamento dele?
R.: Não. (professor, esse é um exemplo típico de
contradição interna.)
c) Em sua resposta, Sandra diz ter esquecido que
Paulo se casara e lamenta, pois pretendia reatar o relacionamento. Considerando
esse tipo de informação e lembrando que as personagem se falavam duas vezes ao
ano, é coerente e verossímil o comportamento da moça?
R.: Não, aqui há contradição interna e externa: eles
já tinham conversando por telefone, o que pressupõe que tivessem trocando
algumas informações sobre como ia a vida de cada um; além disso, normalmente
não se esquece esse tipo de informação, principalmente referente a
ex-namorados.
ATIVIDADES
Reconheça as contradições, internas ou externas ao
texto, existentes nos fragmentos a seguir:
a) Pedro,
uma pessoa muito inteligente e romântica, morria de paixão pela Glorinha e a
mesma evitava-o depois de tantas tentativas Pedro desistiu pois nunca era
percebido pela Glorinha.
Mas um
certo dia, quando Pedro descia a escadaria do colégio, esbarrou cara a cara com
Glorinha e do nada os dois se beijaram; pronto, era amor á primeira visita.
Pena que este encontro foi tarde demais, pois os dois iriam para faculdades
diferentes e nunca mais se encontrariam.
(Redação de aluno, 1° ano do ensino médio)
R.: Contradição externa: não coincide com a realidade
o fato de Glorinha mudar de opinião em relação a Pedro tão subitamente e, além
disso, beija-lo de repente. Também é contraditório o fato de os dois se amarem
e se separem apenas porque vão para faculdade diferentes.
b) Muitas pessoas pobres, ficam muitas vezes
indignadas ao ver uma outra pessoa com ela, só que não passa fome com ela, ou
seja, é rica e na maioria, ladrão, que rouba do povo e isso faz com que a
população fique revoltada, e se manifestará em conflito entre camadas sociais,
no qual um favelado odeia outro de uma classe superior, e tendo oportunidade
para acabar com o outro não vai perder a chance.
(Redação de aluno, 3° ano do ensino médio)
R.: Há contradições em relação à realidade na
generalização segundo a qual o rico é ladrão e o favelado, revoltado e
violento.
5ª parte
escrevendo
com coerência e coesão
Articulação de palavras e ideias
Para
produzir um texto com eficiência, não basta apenas ter boas idéias ou bom
vocabulário. É preciso transforma-los em enunciados que, unidos a outros
enunciados, vão lentamente construindo uma tessitura de conexões lógicas e
semânticas que configuram o texto. Quando isso ocorre, dizemos que o texto
possui textualidade, isto é, apresenta adequada articulação de idéias
(coerência) e articulação gramatical entre palavras, orações, frases e
partes maiores do texto (coesão).
Releia
os seguintes parágrafos da carta estudada no início deste capítulo, observando
o papel das palavras e expressões destacadas:
São
Paulo, 6 de setembro de 1991.
Exmo.
Sr. Deputado Paulo Vasconcelos
Em
breve o Congresso Nacional estará revendo a Constituição promulgada em 88.
Entre os temas polêmicos que farão parte dessa revisão certamente estará
a obrigatoriedade do voto.
A
discussão sobre esse assunto perde sentido sem uma reflexão sobre seu
significado. Durante anos a sociedade brasileira buscou reinstaurar a
democracia, regime em que o voto tem papel decisivo, já que é canal
privilegiado de expressão da vontade popular.
Observe
que a conexão de palavras e idéias no interior das frases, no interior dos
parágrafos e de um parágrafo para outro é feita pelas palavras e expressões destacadas.
Por exemplo, a expressão “dessa
revisão” retorna a idéia contida em “revendo a Constituição”.
Em “A discussão sobre esse
assunto”, a expressão destacada se refere à “obrigatoriedade do voto”, expressa
no parágrafo anterior. Em “seu significado”, o pronome possessivo
estabelece uma relação de posse entre “significado” e “assunto” (significado do
assunto).
A expressão já que estabelece
uma relação de causa e efeito entre duas idéias: o voto é um canal privilegiado
de expressão da vontade popular (causa) e o voto tem um papel decisivo na
democracia (efeito).
Observe ainda que a expressão “Em
breve” é um marcador temporal que condiciona as formas verbais estará
revendo, farão e estará, que obrigatoriamente têm de ser empregadas no
futuro do presente do indicativo.
Esses diferentes tipos de conexão
– repetições, pronomes demonstrativos, possessivos, conjunções, correspondência
entre advérbios e tempos verbais – são responsáveis pela articulação do texto
tanto no nível gramatical, em seus aspectos sintáticos (como regência e
concordância), quanto no nível semântico. Além disso, as retomadas são
importantes para que o texto possa ter continuidade e progressão de idéias.
ATIVIDADES
Releia os seguintes parágrafos da carta de abertura
do capítulo e responda às questões de 1 a 4:
Se
a democracia plena está inevitavelmente vinculada à possibilidade de
escolher, o próprio ato de votar deveria ser uma escolha. É assim nos Estados
Unidos, país considerado por muitos como exemplar modelo democrático.
Portanto,
é de se estranhar que, em uma democracia, o direito do voto transforme-se em
obrigação. Os votos nulos e brancos quase ganharam as eleições de 89 em
alguns recantos do país. Boa parte dos eleitores de votos brancos e nulos
apenas cumpriram uma obrigação para não sofrerem as penalidades da lei. Estes
votos até podem servir para expressar a descrença de inúmeros brasileiros.
Mas enquanto não ficar claro que voto é direito, expressão de uma vontade,
não estaremos construindo um Estado verdadeiramente democrático.
Apenas
quando entendermos de fato que o voto é um direito, não obrigação, poderemos
também entender que significa direito à vida, à liberdade, à saúde e
educação, à igualdade de oportunidade e outros direitos garantidos pela
Constituição mas não pela prática social.
Por
isso gostaria de, enquanto cidadã, ver-me representada por V. Exª. Conto com
a lucidez que tem demonstrado para defender em plenário a não obrigatoriedade
do voto. Como eu, tenho certeza de que muitos outros brasileiros agradecem
seu apoio e decidida vontade de contribuir para a construção de uma
verdadeira democracia brasileira.
|
1) Com relação ao 1°. parágrafo desse excerto:
a) Qual é a palavra que introduz o
leitor num plano hipotético de ações?
R.: A conjugação condicional se.
b) Que idéia pe retomada pela
palavra assim?
R.: A idéia de que o ato de votar está vinculado
à escolha.
2) Observe o emprego e o valor
semântico das conjunções portanto e mas no 2° parágrafo do
excerto. Portanto é uma conjugação conclusiva, com valor semântico
próximo ao de por isso, logo. Mas é uma conjunção adversativa e seu
papel semântico é expressar a idéia de oposição.
a) Quais são as idéias que a
conjunção portanto liga?
R.: A de que nos países democráticos o voto é uma
escolha (no 1° parágrafo do excerto) e a do estranhamento quanto á
obrigatoriedade do voto no Brasil, país que se pretende democrático (2°
parágrafo).
b) A conjunção mas opõe quais
idéias?
R.: A do voto como obrigação e a
do voto com direito.
3) Depois de escrever e criticar
a prática do voto obrigatório no Brasil, a autora imagina um tempo hipotético
em que os direitos do cidadão, entre eles o de cotar ou não, sejam respeitados
no país. Qual é a expressão que introduz o leitor nesse plano hipotético?
R.: Apenas quando.
4) No último parágrafo, a
argumentação é claramente interrompida
para dar lugar ao apelo direto que é feito ao interlocutor. Esse parágrafo é
introduzido pela conjunção conclusiva por isso.
a) Essa conjunção estabelece ligação
entre quais partes do texto?
R.: Entre a conclusão e todos os
parágrafos anteriores.
b) O emprego dessa conjunção nesse
contexto dá mais força à solicitação feita pela autora nesse parágrafo? Por
quê?
R.: Sim, pois a solicitação que
ela faz ao deputado soa como conseqüência natural de toda argumentação
desenvolvida anteriormente.
5) No texto que segue, foram
eliminadas propositalmente algumas palavras responsáveis pela articulação de
palavras, orações, frases e idéias. Levando em conta a coerência e a coesão
textual, descubra quais são as palavras mais adequadas para preencher as
lacunas.
A
humanidade vive em função da busca inútil de uma cura para um mal incurável: a
solidão. __________, será mesmo a solidão um mal, um aspecto negativo,
________________inevitável, da condição humana?
Os
seres humanos tornam-se infelizes _________________não suportam a idéia de
serem sós, ____________a solidão física é realmente muito perturbadora. É claro
que todos têm aquela necessidade de ficarem sós por alguns momentos, para
poderem aprender a lidar com __________sentimentos, refletirem sobre
__________atos, repensaram as __________vidas. ____________, essa solidão
física se cura com companhia, e é muito diferente da solidão de cada um. O
homem, por ser único, original e inimitável, é também só, e __________ é um
fato incontestável que __________ tem dificuldades de aceitar como verdade,
_________ ainda não desistiu de encarar a solidão como um sofrimento atroz:
ainda não ______ compreendeu.
(Maria Julia Bottai, aluna do 3°
ano do ensino médio)
R.: Sugestões: porém,/ no
entanto; mesmo que/embora; pois/ porque; pois/já que; seus; seus; suas; no
entanto/porém; esse; ele; porque; a
6) Apresentamos, a seguir, um
parágrafo de um texto com falhas de articulação, escrito por um vestibulando.
Leia-o e, em seguida, reescreva-o, estabelecendo a articulação necessária entre
palavras, frases e idéias. Adapte o que for necessário.
A
violência em nosso país está a cada dia que passa se acentuando mais, isto
devido a diversos fatores podemos citar o fator econômico a ganância do homem
pelo dinheiro, o desemprego dos pais, a falta de moradias, alimentação e
educação impedem o de criar seus filhos dignamente daí a grande violência da
sociedade o menor abandonado, que sozinho sem ter uma mão firme que o conduza
pela vida, parte para o crime e roubo na tentativa de sobreviver.
|
R.: Resposta pessoal – sugestão para se fazer na lousa,
com os alunos, uma reconstrução coletiva do texto. Uma das possibilidades de
reconstrução do texto seria:
“A
violência em nosso país está se acentuando a cada dia, devido a diversos
fatores. Entre eles, destacam-se a péssima situação econômica dos pais __ que
gera desemprego rapidamente cai no mundo da violência e do crime como meio de
garantir a sobrevivência”.
6ª parte
escrevendo
com coerência e coesão
Continuidade e progressão
A leitura de qualquer texto sempre envolve um movimento de retomada do que
foi exposto e de avanço na busca de novas informações.
Leia o
texto a seguir, observando a organização e a seqüência de idéias:
Perfil
da população
Obs.: Excluídos 63,6 milhões(63%) =
(Pobres/Despossuídos?Miseráveis).
Critérios usados na pesquisa datafolha
A classe dos excluídos possui três subdivisões.
1. miseráveis: são analfabetos ou
possuem, no máximo, o ensino fundamental incompleto. Renda familiar de até 2
salários mínimos.
2. despossuídos: estudam no mínimo
até a 4ª série e ganham até 5 salários mínimos.
3. pobres: a maioria tem o ensino
fundamental completo e renda familiar de 5 a 10 salários mínimos.
(Folha de São Paulo, 26/9/98.)
O Brasil tem hoje pelo menos 25
milhões de miseráveis __ o equivalente a três Suécias ou à população total do
Peru. Esse é o número de brasileiros, com 16 anos ou mais, que vivem no patamar
mais baixo da pirâmide social.
Representam 24% do total da
população brasileira nessa faixa etária e ganham, em média, R$ 131 por mês.
Deles, 45% estão no Nordeste, e 83% são analfabetos funcionais (isto é, têm
menos de quatro anos de estudo).
Esse
retrato inédito da exclusão social é o resultado da consolidação de quatro
pesquisas Datafolha feitas em todo o país neste ano.
Com o
agravamento da crise financeira internacional, esse tema acabou sendo excluído
do debate político-eleitoral. Mas é justamente em período de recessão que a
exclusão social adquire seus contornos mais dramáticos: aumento de desemprego
significa sempre mais miséria.
(Folha de
São Paulo, 26/9/98.)
Observe
que, no 1° parágrafo, as palavras esse e número retomam a
expressão 25 milhões mencionada no período anterior. Ao mesmo tempo,
permitem o acréscimo de novas informações: esses brasileiros têm mais de 16
anos, são a base da pirâmide social.
No 2°
parágrafo, a forma verbal representam, na 3ª pessoa do plural, retoma,
pela concordância verbal, os 25 milhões de brasileiros e introduz novas
informações: quanto representam a população brasileira, em que região residem,
qual o grau de escolaridade.
A
expressão “Esse retrato inédito da exclusão social”, do 3° parágrafo, retoma o
conjunto de informações relacionados à mi
séria exposto anteriormente.
No
último parágrafo, a expressão “esse tema” retoma a exclusão social, mencionada no parágrafo anterior, e associa-a
às eleições e ao desemprego.
Como
se vê, a seqüenciação do texto depende de um duplo movimento: por um lado, a
retomada de palavras e idéias já expressas, procedimento chamado continuidade;
por um lado, a
introdução de novas idéias, a progressão, responsável pelo andamento do
texto.
ATIVIDADES
O texto que se apresenta, entre outros problemas, o
da coesão textual, particularmente quanto aos aspectos continuidade e
progressão. Leia-o e responda às questões propostas.
A violência no Brasil acontece pela diferencia econômica e
social que existe nas sociedades nacionais.
O Brasil está mudando, crescendo e progredindo, só que ainda
existe a má distribuição de renda para as populações. Assim o “cidadão”
privilegiada vivendo na pobreza, na miséria fica revoltado e tem como solução
de vida violentar os outros para sobreviver.
Para outros a sobrevivência formada na miséria é se adaptar
as drogas para fugir da realidade e não saber o que se faz.
Dentro dessas desigualdades encontra-se o comércio clandestino
de armas que se transforma em um ato comum do dia-a-dia do cidadão. A arma é
usada como um utensílio “doméstico”.
Entretanto o Estado deve dar prioridades a classe baixa,
investindo em educação, moradia’, saúde, uma distribuição de renda bem feita,
para chegarem numa condição de vida melhor e para que esta parte social não
tenha necessidades de procurarem e violentarem outras pessoas para terem uma
vida decente.
(Aluno do 3° ano do ensino
médio.)
|
4. O 1° parágrafo do texto contém
apenas uma idéia-núcleo, que não foi desenvolvida. Além disso, a expressão “nas
sociedades nacionais” não foi bem empregada.
a) Que termo substituiria
adequadamente a expressão mencionada?
R.: Classes sociais.
b) Que idéia secundárias poderiam
garantir, nesse parágrafo, o desenvolvimento da idéia-núcleo e a progressão
textual?
R.: Entre outras possibilidades,
o autor poderia ter descrito o perfil das classes sociais a que se refere.
5. Na passagem do 1° párea o 2°
parágrafo, não há nenhuma palavra que retome um termo ou uma idéia anteriormente
expressos,do que resulta a impressão de que estes parágrafos estão “soltos”,
isto é, sem coesão. Procure perceber a
relação entre esses dois parágrafos e responda:
a) Que idéia do 1° parágrafo o autor
tente desenvolver no 2° parágrafo?
R.: O autor tenta desenvolver a
idéia de que a violência resulta das diferenças entre as classes sociais.
b) Que outra redação poderia ser
dada ao primeiro período no 2°
parágrafo, de modo a explicar a relação de continuidade existente entre os
dois?
R.: Essas diferenças sociais
continuam existindo, apesar de o país estar mudando, crescendo e progredindo.
c) Que outras idéias secundárias
poderiam dar progressão ao texto, desenvolvendo a idéia-núcleo lançada nesse
parágrafo?
R.: As causas da “revolta” do
cidadão pobre e as razões de a violência tornar-se uma saída para ele poderiam
ser especificadas pelo autor.
6. No 3° parágrafo, as idéias são
pouco desenvolvidas.
a) Está claro, no texto, a quem se
refere o pronome outros da expressão “Para outros”? Caso não, que
redação você daria a esse trecho, de modo a garantir a relação de continuidade
desse parágrafo com o anterior?
R.:Não.Esse pronome só estaria
bem empregado se, no parágrafo anterior,
houvesse uma expressão como “Para alguns...”. Nesse caso, teríamos algo
como “Por outro lado, para outros, a única forma de sobreviver na miséria é
fugindo da realidade por meio das drogas.”
b) Que outras idéias poderiam ser
desenvolvidas nesse parágrafo?
R.: Entre outras, o autor poderia
aprofundar a idéia de que miséria e
drogas estão relacionadas, tanto no
aspecto do consumo quanto no de tráfico.
7. No 4° parágrafo, o autor emprega
uma marca de continuidade: a expressão “Dentro dessas desigualdades”. Responda:
essa expressão está bem empregado no contexto? Justifique
R.: Não, pois tendo a única
referência à desigualdade ocorrida no 1° parágrafo (“diferença econômica e
social”), ela já se encontra distante; além disso, não se tratou do lado
privilegiado da sociedade, de modo que não houve contraposição entre um lado e
outro.
5. O autor introduz o último
parágrafo com a conjunção adversativa entretanto, cujo papel é
estabelecer oposição entre as idéias. Considerando a relação que normalmente há
entre a conclusão e as partes anteriores de um texto, a palavra entretanto estabelece
a conexão adequada à finalização do texto? Se sim, justifique. Se não, aponte a
conjunção que substituiria satisfatoriamente a palavra entretanto.
R.: Não, o sentido pretendido
pelo autor é de conclusão. Logo, caberia uma palavra ou expressão como portanto,
assim, desse modo, então, etc.
6. O texto não fugiu ao tema
proposto. Apesar disso, não pode ser considerado um texto eficiente, em virtude
de alguns problemas relacionados à textualidade. Identifique esses
problemas.
a) Falta de sinalizadores claros de continuidade
que garantam a retomada de palavras e idéias.
b) Falta de idéias secundárias que fundamentem a
idéia-núcleo dos parágrafos, de modo a garantir a progressão textual e o grau adequado de informatividade
do texto.
c) Falta de uma introdução, na qual
é lançada uma tese ou idéia principal; do desenvolvimento, em que são lançados
os argumentos; e de uma conclusão.
d) Emprego inadequado de termos, o que compromete a
coerência e a coesão das idéias.
Referência
Bibliográfica
1.Cereja , Williaam Roberto e Thereza Cochar
Magalhães.Português:Linguagens: literatura, produção de texto e gramática,
volumes I e II. __ 3ª ed.ver. e ampl.__ São Paulo: Atual,1999.
2._______.Gramática: texto, reflexão e uso. __ São Paulo:
Atual, 1998.
Coerência e Coesão
COESÃO
O
texto é produzido através da organização de palavras que se unem,
adequadamente, umas às outras.
Assim,
os termos vão formando uma oração, e as orações vão constituir períodos.
Essa
união ou ligação entre os elementos de um texto deve apresentar um sentido
lógico, coerente; para isso é necessário observar as relações semânticas
existentes entre eles. Na verdade, há uma relação de dependência entre os
termos e as orações que se estabelece pela coordenação ou subordinação das
idéias.
Um
texto torna-se bem construído e coeso quando usamos os elementos gramaticais ou
coesivos (conjunções, pronomes, preposições e advérbios), no interior das
frases, de forma adequada. Se esses elementos de ligação forem mal empregados,
o texto não apresentará noção de conjunto, ou ainda, sua linguagem se tornará
ambígua e incoerente.
Portanto,
a coesão refere-se à forma ou à superfície de um texto. Ela é mantida através
de procedimentos gramaticais, isto é, pela escolha do conectivo adequado na
conexão dos diversos enunciados que compõem um texto.
Leia
o trecho a seguir e observe os elementos de coesão empregados pelo autor.
ABRE-TE,
SÉSAMO!
A casa inteligente imaginada no MIT será
impregnada por câmeras de vídeo, microfones, telões, caixas acústicas e
sensores que farão parte da decoração. As câmeras, por exemplo, serão acionadas
por um computador central para reconhecer cada um dos membros da família e
rastreá-los em suas ações nos diferentes cômodos. Não bastasse, o sistema
compreenderá sinais manuais e gestos de comando dos ocupantes da casa, tais
como não e OK. Através dos microfones, o computador distinguirá igualmente
comandos de voz. Assim, por exemplo, o filho mais velho, ao deitar-se na cama
para dormir, simplesmente dirá: “Computador, me acorde às sete da manhã”.
(Peter Moon. IstoÉ, 29-11-1995).
O primeiro período
do texto é composto, e suas orações aparecem ligadas pelo que, pronome
relativo, elemento coesivo dessa subordinação. A oração subordinada adjetiva
introduz uma explicação: “...que farão parte da decoração”.
A locução “por
exemplo”, no segundo período, inicia um esclarecimento em relação ao que foi dito
anteriormente, dando continuidade à idéia inicial do texto. Representa também
outro elo ou elemento de coesão entre as orações. Já a preposição “para”, logo
em seguida (“para reconhecer cada um...”) expressa a finalidade no uso das
câmeras, nessa casa do futuro. Essa oração vem subordinada ou ligada à oração
anterior, chamada de principal.
Também a conjunção
e (coordenada) introduz a idéia de acréscimo (...”e rastreá-los em suas
ações... e gestos de comando dos ocupantes da casa”.)
Nas orações que
seguem, as palavras “através” e “assim” (conectivos) começam uma seqüência de
valor ilustrativo, confirmando as idéias apresentadas com exemplos.
O emprego desses
elementos coesivos dá ao texto uma estrutura clara e compreensiva. Por isso é
importante a escolha adequada dos conectivos que serve de elo entre os termos e
as orações, na produção de um texto.
COERÊNCIA
A
coerência resulta da relação harmoniosa entre os pensamentos ou ideias
apresentadas num texto sobre um determinado assunto. Refere-se, dessa forma, ao
conteúdo, ou seja, à sequencia ordenada das opiniões ou fatos expostos.
Não
havendo o emprego correto dos elementos de ligação (conectivos) faltará a
coesão e, logicamente, a coerência ao texto.
Ampliando
as ideias vistas no texto anterior (“Abre-te Sésamo!”), em que o autor imagina
o surpreendente avanço tecnológico modificando nossas casas, seria incoerente
se acrescentássemos o seguinte trecho:
“O
projeto da casa inteligente mostra que o avanço tecnológico vem prejudicando a
vida humana, pois o computador tornou-se um terrível adversário, substituindo o
homem em quase todas as funções. Com isso, o desemprego passou a representar um
dos grandes dramas da sociedade moderna.”
Você
observou que as ideias desse parágrafo são incoerentes, porque o texto lido
menciona justamente os benefícios do computador nas atividades humanas, e não
sua utilização como forma de prejudicar o trabalho do homem. Assim, a expressão
dessas ideias não teriam sentido ou coerência em relação ao tema desenvolvido
inicialmente.
(Extraído do Manual de Redação; autora: Leila Lauar Sarmento, Ed. Moderna).
(Extraído do Manual de Redação; autora: Leila Lauar Sarmento, Ed. Moderna).
A importância dos conectivos
A
coesão de um texto depende muito da relação entre as orações que
foram os períodos e os parágrafos. Os períodos compostos precisam ser relacionados por meio de conectivos adequados, se não quisermos torná-los incompreensíveis. Para cada tipo de relação que se pretende estabelecer entre duas orações, existe uma conjunção que se adapta perfeitamente a ela. Por exemplo, a conjunção MAS só deve ser usada para estabelecer uma relação de oposição entre dois enunciados. Porém, se houver relação de contradição ou ideia de concessão, a conjunção deverá ser outra: EMBORA. Se não for assim, o enunciado ficará sem nexo. Observe um caso de escolha inadequada da conjunção: "EMBORA O BRASIL SEJA UM PAÍS DE GRANDES RECURSOS NATURAIS, TENHO CERTEZA DE QUE RESOLVEREMOS O PROBLEMA DA FOME"
Veja
que não existe a relação de oposição ou a idéia de concessão que
justificaria a conjunção EMBORA. Como a relação é de causa-efeito, deveria ter sido usada uma conjunção causal:
COMO
O BRASIL É UM PAÍS DE GRANDES RECURSOS, TENHO
CERTEZA DE QUE RESOLVEREMOS O PROBLEMA DA FOME. Para que problemas desse tipo não aconteçam em suas redações, acostume-se a relê-las, observando se suas palavras, orações e períodos estão adequadamente relacionados. (Extraído do livro: Escrevendo Melhor, 8ª série, Dileta Delmanto, 1995, Editora Ática.)
Conectivos
Conectivos
ou elementos de coesão são todas as palavras ou expressões que servem para
estabelecer elos, para criar relações entre segmentos do discurso, tais como:
então, portanto, já que, com efeito, porque, ora, mas, assim, daí, aí, dessa
forma, isto é, embora e tantas outras. Veja o exemplo:
Israel possui um solo árido
e pouco apropriado à agricultura, porém chega a exportar certos produtos
agrícolas.
No
caso, faz sentido o uso do porém, já que entre os dois segmentos ligados
existe uma contradição. Seria descabido permutar o porém pelo porque, que
serve para indicar causa.
Relação
dos principais elementos de coesão:
1) assim, desse modo: têm um valor
exemplificativo e complementar. A seqüência introduzida por eles serve
normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes.
O Governador resolveu não
comprometer-se com nenhuma das facções em disputa pela liderança do partido. Assim, ele ficará à vontade para
negociar com qualquer uma que venha a vencer.
2) e: anuncia o desenvolvimento do
discurso e não a repetição do que foi dito antes; indica uma progressão que
adiciona, acrescenta, algum dado novo. Se não acrescentar nada, constitui
pura repetição e deve ser evitada. Ao dizer:
Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar.
3)
ainda: serve, entre outras coisas,
para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão, ou para
incluir um elemento a mais dentro de um conjunto qualquer.
O nível de vida dos
brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. Convém lembrar ainda que os serviços públicos são
extremamente deficientes.
4) aliás, além do mais, além de tudo, além
disso: introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo, como
se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento
contrário.
Os salários estão cada vez
mais baixos porque o processo inflacionário diminui consideravelmente seu
poder de compra. Além de tudo são
considerados como renda e taxados com impostos.
5) isto é, quer dizer, ou seja, em outras
palavras: introduzem esclarecimentos, retificações ou desenvolvimento do
que foi dito anteriormente.
Muitos jornais, fazem
alarde de sua neutralidade em relação aos fatos, isto é, de seu não
comprometimento com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade.
6) mas, porém e outros conectivos
adversativos: marcam oposição entre dois enunciados ou dois segmentos do
texto. Não se podem ligar, com esses relatores, segmentos que não se opõem.
Às vezes, a oposição se faz entre significados implícitos no texto.
Choveu na semana passada, mas não o suficiente para se começar
o plantio.
7)
embora, ainda que, mesmo que: são
relatores que estabelecem ao mesmo tempo uma relação de contradição e de
concessão. Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor
de argumento.
Trata-se de um expediente de argumentação muito vigoroso: sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário. Observe o exemplo:
Ainda
que a ciência e a técnica tenham presenteado
o homem com abrigos confortáveis, pés velozes como o raio, olhos de longo
alcance e asas para voar, não resolveram o problema das injustiças.
Como
se nota, mesmo concedendo ou admitindo as grandes vantagens da técnica e da
ciência, afirma-se uma desvantagem maior.
O uso do embora e conectivos do mesmo sentido pressupõe uma relação de contradição, que, se não houve, deixa o enunciado descabido. Exemplo:
Embora o Brasil possua um
solo fértil e imensas áreas de terras plantáveis, vamos resolver o problema
da fome.
8.
Certos elementos de coesão servem para estabelecer gradação entre os
componentes de uma certa escala. Alguns, como mesmo, até, até mesmo, situam alguma coisa no topo da escala;
outros, como ao menos, pelo menos, no
mínimo, situam-na no plano mais baixo.
O homem é ambicioso. Quer
ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio semelhante, até mesmo do futuro e da morte.
ou
É
preciso garantir ao homem seu bem-estar: o lazer, a cultura, a liberdade, ou,
no mínimo, a moradia, o alimento e a saúde.
Às vezes o conectivo tem seu uso inadequado de forma proposital, que revela um preconceito ou uma ironia. Mário Amato, ex-presidente da Fiesp, referiu--se à ex-ministra Dorothea Werneck desta forma:
Ela é mulher, mas é capaz.
A
retomada ou a antecipação de termos
Observe o trecho que segue:
José e Renato, apesar de
serem gêmeos, são muito diferentes. Por exemplo, este é calmo, aquele é
explosivo.
O
termo este retoma a nome próprio “Renato”, enquanto aquele faz a mesma coisa
com a palavra “José”. Este e aquele são chamados de anafóricos.
Anafórico, genericamente, pode ser definido como uma palavra ou expressão que serve para retomar um termo já expresso no texto, ou também para antecipar termos que virão depois.
São anafóricos:
pronomes demonstrativos: este, esse, aquele pronomes relativos: que, o qual, onde, cujo advérbios e expressões adverbiais: então, dessa feita, acima, atrás. Eis alguns exemplos de ambiguidade por causa do uso dos anafóricos:
O PT entrou em desacordo
com o PMDB por causa de sua proposta de aumento de salário.
No
caso, sua pode estar se referindo à proposta do PT ou à do PMDB. Desfazendo a
ambiguidade, ficaria assim:
A proposta de aumento de
salário formulada pelo PT provocou desacordo com o PMDB.
Texto:
Um argumento cínico
(1)
Certamente
nunca terá faltado aos sonegadores de todos os tempos e lugares o confortável
pretexto de que o seu dinheiro não deve ir parar nas mãos de administradores
incompetentes e desonestos. (2) Como pretexto, as invocação é insuperável e
tem mesmo a cor e os traços do mais acendrado civismo. (3) Como argumento, no
entanto, é cínica e improcedente. (4) Cínica porque a sonegação, que nesse
caso se pratica não é compensada por qualquer sacrifício ou contribuição que
atenda à necessidade de recursos imanente a todos os erários, sejam eles bem
ou mal administrados. (5) Ora, sem recursos obtidos da comunidade não há
policiamento, não há transportes, não há escolas ou hospitais. (6) E sem
serviços públicos essenciais, não há Estado e não pode haver sociedade
política. (7) Improcedente porque a sonegação, longe de fazer melhores os
maus governos, estimula-os à prepotência e ao arbítrio, além de agravar a
carga tributária dos que não querem e dos que, mesmo querendo, não têm como
dela fugir - os que vivem de salário, por exemplo. (8) Antes, é preciso
pagar, até mesmo para que não faltem legitimidade e força moral às denúncias
de malversação. (9) É muito cômodo, mas não deixa de ser, no fundo, uma
hipocrisia, reclamar contra o mau uso dos dinheiros públicos para cuja
formação não tenhamos colaborado. (10) Ou não tenhamos colaborado na
proporção da nossa renda.
VILLELA, João Baptista. Veja, 25 set. 1985.
Os períodos estão
numerados.
Comentários: 1º período: o autor começa a desmontar o argumento dos sonegadores através da expressão “confortável pretexto”. 2º período: o autor admite como pretexto a justificativa dos sonegadores. 3º período: o conectivo “no entanto” introduz uma argumentação contrária, dizendo que a justificativa é cínica e improcedente. 4º período: através do conectivo “porque” ele diz a causa pela qual considera cínico o argumento dos sonegadores. 5º período: o conectivo “ora” dá início a uma argumentação contrária à ideia de que o Estado possa sobreviver sem arrecadar impostos e sem se prover de recursos. 6º período - o conectivo “e” introduz um segmento que adiciona um argumento ao que se afirmou no período anterior. 7º período - depois de demonstrar que o argumento dos sonegadores é cínico, o autor passa a demonstrar que é também improcedente o que já foi afirmado no terceiro período. É usado o conectivo “porque” para isso. Mais adiante o conectivo “além de” introduz um argumento a mais a favor da improcedência da sonegação. 8º período - o autor usa dois conectivos: “antes” e “até mesmo” que reforçam sua argumentação. 9 º parágrafo - o conectivo “mas” estabelece a contradição das duas argumentações (dos sonegadores e do autor). 10º período - o conectivo “ou” inicia uma passagem que contém uma alternativa que caracteriza ainda a atitude hipócrita dos sonegadores.
(in Para Entender o Texto - Leitura e Redação - Platão &
Fiorin, Editora Ática, 1995)
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Dúvidas
Professora Solange Gomes, eu gostaria de
saber o que é coesão. Tenho dificuldade de entender isso...
Eduarda Frias Longarês - Salete (SC)
Há regras que
exigem a relação entre as partes do texto para ele seja, realmente, um texto e
não um mero conjunto de frases soltas. O conhecimento dos elementos de coesão
tem ajudado muito os professores em sua tarefa de ensinar os seus alunos a
serem bons leitores e a escrever adequadamente.
Quais são os elementos
de coesão?
São
muitos. Os principais são:
- A pronominalização (uso de pronomes para substituir nomes).
- A substituição lexical (uso de sinônimos);
- A nominalização (transformação de um substantivo em verbo)
Por
exemplo: "O presidente declarou que as garantias individuais seriam
respeitadas. Essa declaração provocou entusiasmo."
- A definitização *uso do artigo definido após o suo de um
indefinido".
Por exemplo: "Era uma vez uma menina que vivia em um bosque. Um dia a menina decidiu fazer um passeio". - A elipse ou supressão, por exemplo: "Ana comeu cinco balas. Suzana, quatro." Na Segunda frase, houve a elipse ou a supressão do verbo comer (marcada pela vírgula) e do substantivo balas, tornando as frases coesas e sem repetições desnecessárias.
Os advérbios, as
preposições e as conjunções também são elementos de coesão.
2. A coesão
apoiada na gramática dá-se no uso de:
- certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto, diferentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à pessoa que fala e com quem esta fala.
- certos advérbios e expressões adverbiais;
- artigos;
- conjunções;
- numerais;
- elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraverbais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares públicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma situação não verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e contexto (extratextual);
- as concordâncias;
- a correlação entre os tempos verbais.
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO
GRANDE
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
COORDENADORIA DO ENSINO FUNDAMENTAL
- 6º ao 9º
NÚCLEO DE LINGUAGENS – NULING
Materiais referentes ao quarto
encontro do acompanhamento
pedagógico, individual,
em horário de PL
(2º semestre - duração:
2h, no máximo)
1. Sugestão de
avaliação (fábulas e pronomes).
2. “Acorda, educador (Maria Thereza Gama).
3. Mensagens (Machado de Assis; Friedrich Nietzsch; Oscar Wild;
Guimarães Rosa; David Hume; Confúcio; Paulo Freire; Beth Carvalho; Waldir L.
Junior; Mario Quintana; Dalai Lama e Cleide Pereira Gomes).
4. Sugestões de
atividades de leitura e de produção de texto.
Campo Grande/MS – 2012
“Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e
assim se faz um livro, um governo ou uma revolução, alguns dizem que assim é
que a natureza compôs as suas espécies”.
(Machado de Assis)
“Quem algum dia aprender a voar deve aprender antes
a ficar de pé, a caminhar, a correr, a subir, a dançar”.
(Friedrich Nietzsch)
“Um mapa múndi que não inclua a utopia não merece
um olhar sequer, por deixar de fora um país no qual a humanidade está sempre
aportando”.
(Oscar Wild)
“A vida inventa! A gente principia as coisas, no
não saber por que, e desde aí perde o poder de continuação porque a vida é
mutirão de todos, por todos remexida e temperada”.
(Guimarães Rosa)
“A beleza não é uma qualidade própria das coisas;
ela existe apenas no espírito que as contempla, e cada espírito percebe uma
beleza diferente”.
(David Hume)
“O que ouço eu esqueço, o que vejo eu memorizo, mas
o que faço eu aprendo”.
(Confúcio)
“Se é praticando que se
aprende a nadar,
Se é praticando que se
aprende a trabalhar,
É praticando que se
aprende a ler e a escrever.”
(Paulo Freire, in A importância do ato de ler)
Eu
só peço a Deus
Eu
só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o q'eu queria
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o q'eu queria
Eu
só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o que eu queria
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o que eu queria
Eu
só peço a Deus
Que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face
Se já fui machucada brutalmente
Que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face
Se já fui machucada brutalmente
Eu
só peço a Deus
Que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte
Toda fome e inocência dessa gente
Eu só peço a Deus
Que a mentira não me seja indiferente
Se um só traidor tem mais poder que um povo
Que este povo não esqueça facilmente
Eu só peço a Deus
Que o futuro não me seja indiferente
Sem ter que fugir desenganando
Pra viver uma cultura diferente
Que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte
Toda fome e inocência dessa gente
Eu só peço a Deus
Que a mentira não me seja indiferente
Se um só traidor tem mais poder que um povo
Que este povo não esqueça facilmente
Eu só peço a Deus
Que o futuro não me seja indiferente
Sem ter que fugir desenganando
Pra viver uma cultura diferente
(Letra de Beth Carvalho
Desiderata
Qualquer que seja a
religião que te ensinaram,
Qualquer que seja a forma pela qual tenhas sido criado,
Qualquer que seja a forma como tenhas compreendido teus mestres,
Nesses níveis compreenderá esta mensagem.
Não basta acreditar nela, deve ser vivida.
A essência da Religião Universal é Paz e Verdade,
O amor e a bondade para com todas as criaturas da terra.
É o momento de expressar essa essência em tua própria vida.
Deve estabelecer-se um começo
E o lugar para começar está em ti mesmo.
Vais reformar o mundo
Começa contigo mesmo.
A mensagem de um reformador não reformado
Raras vezes poderá inspirar uma reforma.
O coração de toda religião é o Amor e a Retidão
Que é o Amor em Ação
É a realização da religião.
Ama não somente a família e os amigos,
Porque o amor limitado é Amor negado.
Busca a paz dentro de ti mesmo
e busca também o divino alento da vida.
Persiste nisso!
Não abandones esse propósito nem por um momento.
Através de teus atos modelas tua vida
E ajudas a modelar a vida dos outros.
Que responsabilidade!
O espírito encontra em ti seu agente e também seu companheiro.
E na medida em que tomes consciência e atues de acordo com isso,
Tua vida se enriquece.
Ocorrerá em ti uma revelação...
Maior que teus sonhos mais exaltados.
Aproxima-se a nova era e nela estará a Igreja de todos.
Desaparecerão as diferenças entre as distintas religiões.
Fundir-se-á o bem que existe em cada uma delas
E será comum a toda a humanidade.
Compreenda que tens o poder de eleger!
Eleger o Amor e não o Ódio,
Eleger a Bondade e não a Violência,
Eleger a Piedade e não a Maldade.
Atreve-te a crer que logo chegará o reino de Amor e Paz!
Prepara-te para ele!
A bondade te abrirá a porta
E mais além da porta está o Amor.
Que o poder divino penetre em todos os aspectos de tua vida,
Dotando-a com as recompensas das conquistas materiais,
Com os tesouros de uma existência útil,
E a luz eterna das Aquisições Espirituais.
Qualquer que seja a forma pela qual tenhas sido criado,
Qualquer que seja a forma como tenhas compreendido teus mestres,
Nesses níveis compreenderá esta mensagem.
Não basta acreditar nela, deve ser vivida.
A essência da Religião Universal é Paz e Verdade,
O amor e a bondade para com todas as criaturas da terra.
É o momento de expressar essa essência em tua própria vida.
Deve estabelecer-se um começo
E o lugar para começar está em ti mesmo.
Vais reformar o mundo
Começa contigo mesmo.
A mensagem de um reformador não reformado
Raras vezes poderá inspirar uma reforma.
O coração de toda religião é o Amor e a Retidão
Que é o Amor em Ação
É a realização da religião.
Ama não somente a família e os amigos,
Porque o amor limitado é Amor negado.
Busca a paz dentro de ti mesmo
e busca também o divino alento da vida.
Persiste nisso!
Não abandones esse propósito nem por um momento.
Através de teus atos modelas tua vida
E ajudas a modelar a vida dos outros.
Que responsabilidade!
O espírito encontra em ti seu agente e também seu companheiro.
E na medida em que tomes consciência e atues de acordo com isso,
Tua vida se enriquece.
Ocorrerá em ti uma revelação...
Maior que teus sonhos mais exaltados.
Aproxima-se a nova era e nela estará a Igreja de todos.
Desaparecerão as diferenças entre as distintas religiões.
Fundir-se-á o bem que existe em cada uma delas
E será comum a toda a humanidade.
Compreenda que tens o poder de eleger!
Eleger o Amor e não o Ódio,
Eleger a Bondade e não a Violência,
Eleger a Piedade e não a Maldade.
Atreve-te a crer que logo chegará o reino de Amor e Paz!
Prepara-te para ele!
A bondade te abrirá a porta
E mais além da porta está o Amor.
Que o poder divino penetre em todos os aspectos de tua vida,
Dotando-a com as recompensas das conquistas materiais,
Com os tesouros de uma existência útil,
E a luz eterna das Aquisições Espirituais.
(Autor desconhecido)
Confie...
As coisas acontecem na hora certa. Exatamente quando devem acontecer! Em
momentos felizes, louve a Deus. Em momentos difíceis, busque a Deus. Nos
silenciosos, adore a Deus. Nos dolorosos, confie em Deus. Em cada momento,
agradeça a Deus.
|
"Faça
o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a felicidade é
um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não
perceber sua simplicidade”. (Mário Quintana).
|
Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos
para ficar! (Dalai Lama).
A você, desejo o melhor de tudo, em todos os aspectos de sua
vida e que a PAZ de JESUS esteja sempre com você e com
toda a sua família. Bjão no coração! Feliz e abençoado 2013!!! (Cleide Pereira Gomes)
|
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COORDENADORIA DO ENSINO FUNDAMENTAL
- 6º ao 9º
NÚCLEO DE
LINGUAGENS – NULING
Avaliação/Rosangela Storti
A onça e o macaco
A
onça brigou com o macaco.
Por causa disso, resolveu comê-lo; mas, como ele é o bicho
mais esperto e desconfiado do mato, ela não achava jeito de agarrá-lo.
Então, para armar um plano e apanhar o espertalhão,
comunicou a sua idéia a alguns bichos inimigos do macaco, e espalhou o boato de
que estava para morrer.
No dia seguinte, amanheceu deitada na toca, durinha,
fingindo-se de morta. A raposa, ao lado velava a defunta.
Quando o macaco chegou á porta da toca, perguntou:
-Comadre raposa, a onça morreu?
-Sim... respondeu a raposa.
-Ela já roncou? - indagou o macaco - quem morre, ronca?
Então a tola da onça para provar que tinha morrido, roncou
baixinho.
-Minha comadre, - disse o macaco, - defunto que ronca, longe
dele!
E fugiu para a mais alta árvore que encontrou.
1- O texto que você leu é uma fábula.
Nas fábulas existe sempre um provérbio, um ditado, uma idéia que encerra uma
lição de vida. Para fábula “Onça e o
macaco”, o ditado é;
a- (
) Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura;
b- (
) Amor com amor se paga;
c- (
) É melhor um pássaro na mão, do que dois voando;
d- (
) Quem vê cara, não vê coração;
e- (
) Para sabido, sabido e meio.
2- Segundo o texto:
a- (
) O plano da onça foi infalível;
b- (
) O macaco mostrou-se bastante ingênuo;
c- (
) A onça foi bem mais esperta do que o macaco;
d- (
)A onça fingiu-se de morta;
e- (
) O macaco foi mais sabido do que a onça.
3- A onça espalhou um boato sobre:
a- (
) Seu ódio pelo macaco;
b- (
) Sua própria morte;
c- (
) Sua fome insaciável;
d- (
) Sua grande esperteza;
e- (
) Sua amiga raposa.
4- A decisão da onça, logo após sua
briga com o macaco, foi a de:
a- (
) Pedir ajuda a raposa;
b- (
) Contar a briga aos inimigos do macaco;
c- (
) Comer o macaco;
d- (
) Fazer as pazes com o macaco.
5- A onça finge-se de morta:
a- (
) Quando entrou em sua toca
b- (
) Um dia após a sua briga com o
macaco;
c- (
) Logo que armou seu plano;
d- (
)Quando resolveu comer o macaco;
e- (
) Uma semana após a sua briga com o macaco.
6- “Compadre raposa, a onça morreu?
O termo grifado é dito por quem:
a- (
) onça;
b- (
) macaco;
c- (
) narrador;
d- (
) inimigos do macaco;
e- (
) raposa.
7-
“bicho esperto; tola onça; alta árvore”.As palavras
grifadas estão qualificando os termos ao seu lado.Portanto ,elas são:
a)
(
) Substantivos;
b)
(
) Adjetivos;
c)
(
) Verbos;
d)
(
) Advérbios;
e)
(
) Artigos;
8)Observe a
ilustração abaixo para responder as seguintes questões:
a)
Quem
fala?
b)
Ele
refere-se a si mesmo dizendo eu. A
quem se refere a palavra tu?
c)
A quem
a palavra ele faz referência?
d)
Os
pronomes substantivos substituem um substantivo, enquanto os pronomes adjetivos
acompanham um substantivo. Os pronomes da ilustração são pronomes adjetivos ou pronomes
substantivos?
9) Observe o
quadrinho. Por que a personagem utiliza Excelência
ao se dirigir ao entrevistado?
10) Identifique na tira abaixo um pronome
possessivo:
A arte de ser feliz
Houve um tempo em que a minha janela se abria para um
chalé.Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul.Nesse ovo
costumava pousar um pombo branco. Ora nos dias límpidos, quando o céu ficava da
mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança,
achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente feliz.
CECÍLIA MEIRELES
11 – Que
pessoa o discurso narra o texto:
a- (
) 2ª pessoa do singular (tu);
b- (
) 1ª pessoa do plural ( nós);
c- (
) 3ª pessoa do singular
(ele-ela);
d- (
) 1ª pessoa do singular ( eu).
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SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE
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NÚCLEO DE LINGUAGENS – NULING
SUGESTÕES DE
ATIVIDADES
1- Leia, com atenção, os
períodos, observando a pontuação.
I)
Meu
amigo saiu, não está mais aqui.
II)
Meu
amigo saiu? Não está aqui?
III)
__
Meu amigo saiu?
__ Não, está aqui.
De acordo com os itens acima, assinale a
alternativa correta:
a) Em I e III, a pontuação
não modifica o sentido.
b) Os períodos II e III
contêm a mesma informação.
c) Todos os itens apresentam
significados diferentes devido à pontuação.
d) A pontuação não altera o
significado das frases, o que importa é a entonação.
Leia o poema abaixo para responder às questões 2 e
3:
Novidade,
só a primeira
Garanto:
O
primeiro poeta que rimou
Foi
um espanto!
Mais,
muito mais,
Meu
irmão,
Do
que o primeiro
Que
não.
(
Millôr Fernandes )
2- Assinale a alternativa correta:
a- Não existe ritmo no poema.
b- Os versos têm o mesmo
número de sílabas.
c- A rima foi empregada com
rigor.
d- O texto apresenta apenas
uma estrofe.
3- No poema "Novidade,
só a primeira", o poeta:
a- Garante que houve maior
espanto em não rimar.
b- Afirma que o primeiro a
rimar muito mais se espantou.
c- Refere-se a seu irmão que
foi o último a rimar.
d- Considera novidades ambos
os poetas que empregaram rimas.
4- Assinale a alternativa que
contém a interpretação inadequada ao provérbio:
a- "De grão em grão, a
galinha enche o papo." - É de pequenas coisas que se fazem as grandes.
b- "Quem nunca comeu melado,
quando come se lambuza". -Quem viveu na privação, pode perder-se na
fartura.
c- "Gato escaldado, tem
medo de água fria." - Os insucessos nos tornam muito audaciosos.
d- "Quem tem telhado de
vidro, não deve atirar pedra ao do vizinho." - Quem é culpado, não se
ponha a criticar o próximo.
Faça uma reflexão sobre o
texto abaixo para responder à questão 5:
Minha
homenagem vai para o índio brasileiro que, apesar de 500 (quinhentos) anos de
exploração, ainda sobrevive contrariando a máxima européia que julgava o nativo
como raça inferior, subumana. As armas foram instrumento da dominação. Quanta
injustiça do "branco civilizado" ao chamar as populações nativas de
"selvagens, preguiçosos, indolentes, de pouco saber", para justificar
a ação destruidora dos massacres e o genocídio (significa - destruição de uma
raça) que lhes garantiram o roubo das riquezas indígenas e da terra, essência
da vida do índio.
E
eram cristãos os europeus!
5- Assinale a alternativa correta:
a- Segundo o pensamento
europeu, o índio sobreviveria aos 500 anos.
b- Os índios usaram armas,
como flecha, por exemplo, para impor a dominação aos europeus.
c- O uso das aspas em
"branco civilizado" indica uma ironia, contrastando com
"selvagens", porque, na verdade, provou-se o contrário.
d- A essência da vida do
índio eram suas armas, usadas contra o povo cristão.
Leia o
discurso direto para responder à questão 6:
___ Você aí, menino, para onde vai essa estrada?
___ perguntou um vigário.
___ Ela não vai não: nós é que vamos nela.
___ Engraçadinho duma figa! Como você se chama?
___ Eu não me chamo não: os outros é que me chamam
de Zé.
(Paulo
M. Campos)
6- Assinale a alternativa que
corresponde à passagem adequada para o discurso indireto:
a- O vigário perguntou ao
menino para onde ia aquela estrada.
b- O menino respondeu que ela
não vai não, mas nós que iremos nela.
c- O menino respondeu que eu
não me chamo não, mas que os outros me chamavam de Zé.
d- O vigário indagou: __ Qual
era o nome do menino?
7- Use o roteiro a seguir com
a finalidade de produzir um texto expositivo-argumentativo, utilize conectivos
adequados para que seu texto fique coeso e coerente.
Ø Para você, o que é um
ensino de boa qualidade? Como você classifica o ensino Brasileiro? Justifique.
Ø Quem são os responsáveis
pela boa qualidade do ensino de um país? Justifique.
Ø Por que a informação
constitui a base para o desenvolvimento humano?
Ø De que forma o
profissional, hoje, com a globalização, deve se preparar para viver nossa atual
realidade, ou seja, competir com os demais?
Ø Como você se relaciona com
os livros? Para você eles são
importantes? Justifique.
Ø Você frequenta bibliotecas
ou gosta de ler em casa? Que tipo de livro você gosta? Comente alguns de que
tenha gostado. Ou não gosta de ler?
Por quê?
Ø O que você pensa sobre a
afirmação: "A Educação é a maior riqueza de qualquer nação"?
Ø O que você pensa sobre a
afirmação de Bill Gates: "Meus filhos terão computadores, sim, mas antes
terão livros"?
Ø O que é mais importante,
para você, na sua vida?
8- No decorrer das oficinas
propostas nos Cadernos da “Olimpíada de
Língua Portuguesa – Escrevendo o Futuro”, você pesquisou e escreveu sobre
Campo Grande. Considerando as informações obtidas e sua vivência, produza um texto expositivo-argumentativo,
com, aproximadamente, 20 linhas, no qual você abordará o que mais gosta em nossa
capital. Não se esqueça do título.
9- No decorrer das oficinas
propostas nos Cadernos da “Olimpíada de
Língua Portuguesa – Escrevendo o Futuro”, você pesquisou e escreveu sobre
Campo Grande. Considerando as informações obtidas e sua vivência, produza um poema, com, aproximadamente,
20 versos, no qual você abordará o que mais gosta em nossa capital. Não se
esqueça do título.
10-No decorrer das oficinas propostas nos Cadernos da “Olimpíada de Língua Portuguesa –
Escrevendo o Futuro”, você pesquisou e escreveu sobre Campo Grande.
Considerando as informações obtidas e sua vivência, produza uma crônica, com, aproximadamente, 20 linhas, na qual você
abordará um fato noticiado. Não se
esqueça do título.
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Materiais referentes ao
quinto
encontro do acompanhamento
pedagógico, individual,
em horário de PL
(2º
semestre - duração: 2h, no máximo)
1.
Aula de redação (teoria e prática).
2.Como
estruturar uma dissertação (teoria e prática).
3.Atividades
(prática).
Cleide Pereira Gomes
Campo Grande/MS – 2012
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O SUCESSO DE SUA CARREIRA DEPENDERÁ SOMENTE
DE SEU ESFORÇO, E, QUE POR SINAL NÃO PRECISA SER ENORME. BONS ESTUDOS E MUITA
ATENÇÃO! SUCESSO.
Marcia Esbrana
COERÊNCIA
DISSERTATIVA
•
Apresentamos
argumentos, dados, opiniões, exemplos, a fim de defender uma determinada idéia
ou questionar determinado assunto.
•
A coerência é
decorrente não só da adequação da conclusão ao que foi anteriormente
apresentado, mas da própria concatenação das idéias apresentadas na
argumentação.
•
Na produção
de textos dissertativos, muitas vezes discutimos assuntos polêmicos sobre os
quais não há consenso. Em dissertações que discutem temas como a pena de morte
e a legalização do aborto, estão presentes convicções de natureza ética e
religiosa que variam de indivíduo para indivíduo. Portanto, qualquer que seja a
tese que defendamos, sempre haverá pessoas que discordarão dela.
IMPORTANTE NA
DISSERTAÇÃO (CONSTRUÇÃO DA REDAÇÃO DISSERTATIVA)
•
Não é a tese
em si, pois as pessoas têm opiniões diferentes sobre um mesmo tema, mas o que
importa mesmo é a coerência textual, ou seja, a argumentação deve estar em
conformidade com a tese e a conclusão deve ser uma decorrência lógica da
argumentação.
CONSIDERAÇÕES
GERAIS
•
1. adequação:
ao tema, ao tipo de texto, à modalidade padrão.
•
2. coerência
(conteúdo)
•
3. coesão (organização
da superfície linguística)
PROPOSTAS DE
DISSERTAÇÕES
•
“É dever da
família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Constituição da República Federativa do Brasil, art. 227
•
“Oficialmente,
o governo lança campanhas em defesa da criança, de caráter paliativo, chegando
a reunir um enexplicável ministério mirim. Enquanto isso, crianças e
adolescentes são torturados e assassinados, quando simplesmente não morrem de
fome ou por doenças.”
(I.M.P.C. da Rocha, em carta publicada no Painel do Leitor,
Folha de S. Paulo, 4 nov. 1990.)
•
Você já
analisou o discurso persuasivo em propagandas de TV e, provavelmente, debateu
questões ideológicas ligadas a eles.
Escreva uma carta argumentativa para um
jornal expondo suas idéias sobre a
ideologia veiculada em algum tipo desses programas (novela, enlatado,
seriado).
•
Discuta a
seguinte afirmação: “Não há saída para nenhum de nós. A liberdade é ilusória;
somos manipulados o tempo todo, nossos desejos são ditados pela propaganda e
pelos veículos de comunicação de massa”. Redija um texto dissertativo sobre o
assunto.
•
Disserte
sobre a seguinte afirmação: A água potável de nosso planeta faltará a quase
todo mundo.
AS QUESTÕES DE 1 A 6 REFEREM-SE AO TEXTO A
SEGUIR: LEIA-O
O
acendedor de lampiões
Lá
vem o acendedor de lampiões da rua!
Este
mesmo que vem infatigavelmente.
Parodiar
o sol e associar-se à lua
Quando
a sombra da noite enegrece o poente!
Um,
dois, três lampiões, acende e continua
Outros
mais a acender imperturbavelmente,
À
medida que a noite aos poucos se acentua
E
a palidez da lua apenas se pressente.
Triste
ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele
que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez
não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta
gente também nos outros insinua
Crenças,
religiões, amor, felicidade,
Como
este acendedor de lampiões da rua!
Lima, Jorge de. Jorge de Lima: poesia. 3.
ed. Rio de Janeiro, Agir, 1975.p.25 (Nossos
Clássicos. 26).
- No plano da estrutura narrativa, o poema relata uma transformação de estado operada pelo acendedor de lampiões. Assim, temos:
A) a transformação do acendedor propriamente
dita.
B)
na
passagem de um estado de privação da claridade para um estado em que o sujeito
está de posse dela.
C)
na
crença e na religião.
D) o lampião acesso.
E)
a
escuridão total vivida por todos.
- Há elementos no texto que comprovam que o acendedor de lampiões é manipulado?
A) Sim, o ofício de acendedor.
B)
Não, o
texto não comprova tal afirmação, apenas pressupõe.
C)
Sim, o acendedor de lampiões falha muito.
D) Não, pois o acendedor de lampiões trabalha
quando quer.
E)
Não,
ele acende somente de sua casa.
- O texto nos permite afirmar que existe uma performance do acendedor de lampiões.
A) Era seu ofício (infatigavelmente).
B)
Não
era seu ofício.
C)
O
pressuposto é evidente: ele não sabia acender os lampiões.
D) O pressuposto é evidente: ele não podia
executar tal tarefa.
E)
O
acendedor estava triste.
- Ao relatar uma performance que o acendedor é capaz de executar, o texto faz referência a outra que ele não é capaz de realizar. No caso, essa performance que não realiza é:
A) acender os lampiões da cidade toda.
B)
Acender
os lampiões da rua da casa dele.
C)
Acender
os lampiões de alguns bairros.
D) Acender o lampião da sua própria habitação.
E)
Acender
os lampiões das autoridades.
- O narrador deixa entrever que o acendedor de lampiões recebe uma sanção positiva pela performance que executa. Que sanção é essa?
A) Reconhecimento, manifestado pela voz do
narrador, de que em decorrência do ato de acender os lampiões a cidade ganha
brilho e esplendor.
B) O não reconhecimento, manifestado pela voz
do narrador, de que em decorrência do ato de acender os lampiões a cidade não
ganha brilho e esplendor.
C) Reconhecimento, manifestado pela voz do
próprio acendedor, de que em decorrência do ato de acender os lampiões a cidade
ganha brilho e esplendor.
D) O não reconhecimento, manifestado pela voz
do acendedor, de que em decorrência do ato de acender os lampiões a cidade não
ganha brilho e esplendor.
E) O reconhecimento de um trabalho que é sua
própria obrigação e sem nenhuma remuneração.
- O narrador deixa entrever que o acendedor de lampiões recebe uma sanção negativa pela performance que não consegue executar. Que sanção negativa é essa?
A) Consiste no reconhecimento, também
manifestado pela voz do narrador, de que não há tristeza e ironia no fato de o
acendedor não conseguir dar brilho e esplendor à sua choupana.
B) Consiste no reconhecimento, também
manifestado pela voz do acendedor, de que não há tristeza e ironia no fato dele
não conseguir dar brilho e esplendor à sua choupana.
C) Consiste no reconhecimento, também
manifestado pela voz do acendedor, de que não há tristeza e ironia no fato do
narrador não conseguir dar brilho e esplendor à sua choupana.
D) Consiste no reconhecimento, também
manifestado pela voz do narrador, de que há tristeza e ironia no fato de o
acendedor não conseguir dar brilho e esplendor à sua choupana.
E) Não há sanção negativa para o acendedor no
texto.
LEIA ATENTAMENTE O TEXTO
SEGUINTE E RESPONDA ÀS QUESTÕES DE 7
A 10
O fogo, bem defronte do rancho festivo,
alumiava o terreiro.
Lúcio pôs-se a observar a
agonia da lenha verde que se estorcia, estalava de dor, estoirava em protestos
secos e se finava, chiando, espumando de raiva vegetal.
Voavam faíscas como lágrimas
de fogaréu. Divisavam-se os troncos queimados boiando no cinzeiro, como negros em farinhada. Flamejava
o painel do aceiro – as árvores ígneas e, esplêndida, a macaíba com o leque de
chamas.
O incêndio esfumava-se,
escurecendo a noite. E, de quando em quando, a fumaça deitava para a casa
fronteira, envolvendo-a num presságio de luto.
(Fragmento do
romance A bagaceira, do paraibano José Américo de Almeida, publicado em 1928).
- (Fuvest-SP) Entre os tipos de discurso ou de composição, podem citar-se a descrição, a narração, a dissertação. Situe o trecho entre tais tipos de composição. Justifique a resposta.
- (Fuvest-SP) Transcreva uma passagem desse mesmo trecho que esteja em explícita oposição de significado a “rancho festivo”.
- (Fuvest-SP) Explique o papel especial que tem no texto o uso do seguinte conjunto de termos: agonia, dor, protestos, raiva, lágrimas.
- (Fuvest-SP) Transcreva uma passagem do texto em que a seqüência de verbos expressa uma gradação.
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 11 A 14
No meio da década de 20, quando o
automóvel tinha feito sua aparição com força total, caminhar pelas grandes
avenidas européias era sair para ser expulso da rua pelo tráfego. “Foi como se
o mundo tivesse subitamente enlouquecido”, dizem as pessoas quando fazem
referência a essa época. O homem sentia-se diretamente ameaçado e vulnerável.
“Deixar nossa casa significava que uma vez cruzada a soleira da porta, nós
estávamos em perigo e podíamos ser mortos pelos carros que passavam”. Chocadas
e desorientadas, as pessoas comparavam a rua de então com a de sua juventude.
“A rua nos pertencia: cantávamos nela, discutíamos nela, enquanto os cavalos e
veículos passavam suavemente.” A rua era, portanto, pouco tempo antes, o espaço
que acolhia os homens, que lhes permitia se moverem à vontade, em um ritmo que
podia acolher tanto as discussões quanto a música; homens, animais e veículos
coexistiam pacificamente em uma espécie de paraíso urbano. Acontece que esse
idílio terminou, as ruas passaram a pertencer ao tráfego, e o homem sobreviveu
a esse tipo de mudança. Depois de esquivar-se e lutar contra o tráfego, acabou
identificando-se por inteiro com as forças que estavam pressionando. O homem da
rua incorporou-se ao novo poder, tornando-se o homem no carro.
A perspectiva desse novo homem no carro
gerou uma nova concepção de rua, que passou a orientar os planejamentos urbanos
daí por diante. “Numa rua verdadeiramente moderna” – diziam, então, os
especialistas – “nada de pessoas, exceto as que operam as máquinas; nada de
pedestres desprotegidos e desmotorizados para retardar o refluxo”.
- (PUC-SP) Assinale a alternativa correspondente ao tema em torno do qual se organiza o discurso apresentado.
a)
o
paraíso urbano e a máquina
b)
o
homem e o espaço urbano
c)
o
tráfego no mundo moderno
d)
o
homem antigo e o moderno
e)
a
modernidade e o poder da máquina
- (PUC-SP) O texto defende a tese de que:
a) o homem, quando pressionado, alia-se às
forças adversas e incorpora-se ao seu poder.
b) o homem, no passado, conheceu uma espécie
de paraíso urbano, mas corrompeu-o e dele foi expulso.
c) o mundo moderno só admite pessoas que sabem
operar as máquinas com perícia.
d) a utilização do espaço pelo homem depende
de sua relação com o mundo.
e) o homem, no mundo moderno, cedeu seu espaço
à máquina; por esse motivo, dá mais importância a ela do que a si próprio.
- (PUC-SP) “O homem da rua incorporou-se ao novo poder, tornando-se o homem no carro.”
Essa afirmação foi utilizada, no texto,
para demonstrar que:
a) o homem tornou-se moderno quando trocou o
andar a pé, na rua, pelo andar de automóvel nas grandes avenidas.
b) o homem, aliando-se à máquina, descobriu um
novo poder e deu novo ritmo a todos os seus atos.
c) a integração perfeita do homem à rua antiga
foi abandonada quando ele se identificou por inteiro com a máquina.
d) o carro deu ao homem novas perspectivas de
vida, gerando, inclusive, um tipo de urbanização que protege o pedestre.
e) o homem mudou e, em decorrência disso,
surgiu uma nova concepção de rua.
- (PUC-SP) Observando-se o tipo de composição do texto, conclui-se que ele é:
a) dissertativo, com elementos narrativos e
descritivos.
b) narrativo, com elementos descritivos e
dissertativos.
c) descritivo, com exclusão de argumentos.
d) narrativo, com exclusão de descrições.
e) dissertativo, com exclusão de argumentos.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 15 E
16.
Filosofia
dos epitáfios
Saí, afastando-me dos grupos, e
fingindo ler os epitáfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a
gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem
a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a
tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes
que a podridão anônima os alcança a eles mesmos.
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas
- Do ponto de vista da composição, é correto afirmar que o capítulo “Filosofia dos epitáfios”:
a) é predominantemente dissertativo, servindo
os dados do enredo e do ambiente como fundo para a digressão.
b) É predominantemente descritivo, com a
suspensão do curso da história dando lugar à construção do cenário.
c) Equilibra em harmonia narração e descrição,
à medida que faz avançar a história e cria o cenário de sua ambientação;
d) é predominantemente narrativo, visto que o
narrador evoca os acontecimentos que marcaram sua saída.
e) equilibra narração e dissertação, com o uso
do discurso indireto para registrar as impressões que o ambiente provoca no
narrador.
- “Saí, afastando-me...epitáfios.” Dando nova redação a essa frase, sem alterar as relações sintáticas e semânticas nela presentes, obtém-se:
a) Quando me afastei dos grupos, fingi ler os
epitáfios e então saí.
b) Enquanto me afastava dos grupos e fingia
ler os epitáfios e então saí.
c) Fingi ler os epitáfios, afastei-me dos
grupos e saí.
d) Ao afastar-me dos grupos, fingi ler os
epitáfios, antes de sair.
e) Ao sair, fingia ler os epitáfios e
afastei-me dos grupos.
- Proposta de dissertação 1
Você deverá ler com atenção
os textos seguintes, que tratam do autoritarismo que permeia as relações
cotidianas na sociedade brasileira.
Redija sua dissertação tendo
como apoio as idéias neles contidas. Evite copiar os textos. Use-os apenas como
sugestão.
Texto 1
“Mais amor e menos confiança”, “Vê se te enxerga!”, “Você
não conhece o seu lugar?”, “Veja se me respeita!”, “Será que você não tem
vergonha na cara?”, “Mais respeito”, etc. As expressões podem realizar o mesmo
ato expressivo e consciente que, na sociedade brasileira, parece fundamental
para o estabelecimento (ou restabelecimento) da ordem e da hierarquia.
(DA MATA,
Roberto. Carnavais, malandros e heróis. Rio de Janeiro: Zahar, 1983. p.151)
Texto 2
Uma
cena do nosso cotidiano
Dois
carros que circulavam em uma avenida movimentada batem. Inconformados, os dois
motoristas descem dos carros e iniciam uma discussão:
Sujeito A – O senhor é um irresponsável,
ultrapassando o meu carro dessa maneira!
Sujeito B – Quem é você pra me chamar de
irresponsável?! Você sabe com quem está falando?
Sujeito A – Não faço a mínima...
Sujeito B – Pois saiba que sou sargento do
Exército.
Sujeito A – Bem feito, eu não mandei o
senhor não estudar. Eu, pro seu governo, sou engenheiro da Odebrecht.
Texto
3
O “Você sabe com quem está
falando?” – e podemos dizer isso sem receio de cometer um curto-circuito
sociológico – é um instrumento de uma sociedade onde as relações pessoais
formam o núcleo daquilo que nós chamamos de “moralidade” (ou “esfera moral”), e
tem um enorme peso no jogo vivo do sistema, sempre ocupando os espaços que as
leis do Estado e da economia não penetram. A fórmula “Você sabe com quem está
falando?” é, assim, uma função da dimensão hierarquizadora e da patronagem que
permeia nossas relações diferenciais e permite, em conseqüência, o
estabelecimento de elos personalizados em atividades basicamente impessoais.
(DA MATTA,
Roberto, op.cit.)
1
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GABARITO
- B/B/A/D/A/D/Texto descritivo, valorização do adjetivo./“presságio de luto”./Os termos citados personificam, humanizam a lenha, os troncos queimando./Trata-se de uma prosopopéia, que confere maior dramaticidade à descrição do incêndio./“a agonia da lenha verde que se estorcia, estalava de dor, estoirava em protestos secos e se finava”./B/D/E/A/A/B/Pessoal.
“Se é praticando que se aprende a nadar,
Se é praticando que se aprende a trabalhar,
É praticando que se aprende a ler e a escrever.”
(Paulo Freire, in A
importância do ato de ler)
“ler
é mais importante do que estudar”
(Ziraldo
e Cleide Pereira Gomes)
“...
se a escola desenvolver o gosto e hábito pela leitura terá cumprido seu papel”.
(Carlos
Cagliari, Ruben Alves e Cleide Pereira Gomes)
"O acesso livre à
informação é um exercício de liberdade que se desdobra infinitamente. No
conhecimento não há nada definitivo, nem o professor e nem os livros. Tudo está
para ser reescrito, constantemente." ( MILANESI, Luís, in O que é
Biblioteca. São Paulo: Brasiliense)
Objetivo da Língua
Portuguesa: ler e produzir diferentes gêneros textuais - orais, escritos, verbais e
não verbais, nas diversas situações sociocomunicativas - formais e informais. (PCN/Referencial/Gestar
II - sociointeracionista)
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO
GRANDE
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO DE
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
COORDENADORIA DO ENSINO FUNDAMENTAL
- 6º ao 9º
NÚCLEO DE LINGUAGENS – NULING
Marcia Esbrana
COMO ESTRUTURAR UMA
DISSERTAÇÃO
SEMPRE RESPEITANDO OS
DIREITOS HUMANOS
A) INTRODUÇÃO – Em que se apresenta a idéia ou
ponto de vista que se pretende defender.
B) DESENVOLVIMENTO OU ARGUMENTAÇÃO –
desenvolve-se o ponto de vista em que se pretende convencer o seu leitor. Use a
argumentação, se possível citações.
C) CONCLUSÃ – fecha-se o texto com os seus
argumentos e uma proposta de “solução” ou caminho para a sua defesa.
NÃO SE ESQUEÇA DE FAZER UM
ESQUEMA DE SUA DISSERTAÇÃO, ANTES DE INICIÁ-LA!
Lembre-se:
escreva palavras ou frases que forem aparecendo, só depois passe para o
rascunho. Essa fase é apenas um roteiro para ser seguido.
MODELO
A) Tese a ser defendida.
B) Jogo das idéias – argumentos – não se
esqueça, no final, de numerar as idéias pela ordem em que devem aparecer na sua
redação.
C) Destaque a palavra do roteiro que serve
para concluir sua tese.
A
pena de morte = tema
Roteiro
– posicionamento – Lembre-se: Não fique em cima do muro!Por exemplo: contrário.
A) Contra – não resolve
B) 1. direito à vida – religião
2. outros países – EUA
3. erro judiciário
4. classes menos favorecidas
5. tradição
c)
Ineficaz – solução: erradicação da pobreza
Momento
de escrever a redação.
Na
introdução você se colocaria contra a pena de morte porque ela não resolve o
problema do aumento da criminalidade do país.
No
desenvolvimento você escreve os argumentos do direito à vida que todos têm,
consagrado pelas religiões e cita que em países em que a pena de morte existe,
como nos EUA não combateu a violência...de que pode haver erro judiciário que
leve a matar um inocente, e, continua a classe dos menos favorecidos, no Brasil
que não podem pagar bons advogados é que seriam mais atingidos e de que a
tradição jurídica brasileira consagra o direito à vida repudiando a pena de
morte.
Na
conclusão – repita a idéia de que a tese de que a pena de morte é ineficaz e
indique um norte para esse problema, no caso a criminalidade. Lembre-se:
solução para tudo, nós não temos, mas é possível criar alguma sugestão que
mostra um caminho a ser seguido sem gerar maiores transtornos. Uma solução para
esse problema seria a erradicação da pobreza (miséria).
Você precisa demonstrar 5
pontos em sua dissertação
- Domínio da norma culta da língua escrita;
- compreensão da proposta;
- seleção, organização e interpretação de informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista;
- demonstrar conhecimentos dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação;
- elaboração da proposta de solução pára o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sócio-cultural.
Agora
é com você! Bons treinos e muito sucesso!
Um
beijão da professora Marcia Esbrana
Abaixo
algumas dicas para treinamento
Concurso Público – Aplicação: 27/1/2002 //
UnB/CESPE//Cargo: Agente da Polícia Federal
Textos de base
A sociedade organizada
segundo os parâmetros do dinheiro e do trabalho, ao mesmo tempo que cria a
figura do trabalhador, cria também a figura do vagabundo, do delinqüente, do
trabalhador que não deu certo e que freqüentemente “esbarra” na lei, do
criminosos em
potencial. Essas são as pessoas que estarão mais sujeitas à
perseguição e à punição. (Andréa Buoro et al . Violência urbana-
dilemas e desafios)
Art.5º Todos
são iguais perante a lei; sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade,à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
(Constituição da República
Federativa do Brasil, 1988)
1.Proposta: considerando que as idéias
apresentadas acima e nos textos da prova objetiva têm caráter unicamente
motivador, redija um texto dissertativo, posicionando-se acerca do seguinte
tema:
O combate à violência deve ser feito com
imparcialidade e respeito ao ser humano.
2. Proposta: “A sociedade não é o retrato
apenas de seus governantes, é o retrato de seus cidadãos, em destaque, de suas
elites. É o nosso retrato, do Brasil todo, de todos nós”(Sérgio Abranches) – com
fragmentos com caráter unicamente motivador. UnB ; CESPE –aplicação 10/10/2004
– cargo: Escrivão de Polícia Federal
3. Proposta: “Tomando como motivadores o texto inicial da
prova objetiva de Conhecimentos Básicos e os excertos acima, redija um texto
dissertativo, posicionando-se acerca das vantagens de utilização da
tecnologia na educação, em um contexto sociocultural em que é elevado o número
de analfabetos. UnB /CESPE –aplicação 30/5/2004 – cargo Papiloscopista
Policial Federal.
4. Proposta: “ Redija um texto dissertativo,
posicionando-se a respeito do seguinte enunciado: CONTRA FATOS, NÃO HÁ
ARGUMENTOS. Em sua argumentação, refira-se, necessariamente, ao que
expressam as figuras acima” . UnB / CESPE –aplicação 9/10/2004 – cargo: Perito
Criminal Federal.
5.CONTEXTO
O alvo errado do plebiscito
O Congresso discute a forma do plebiscito que pode proibir a
venda legal de armas para civis. No entanto, números levantados por VEJA
sugerem que o problema do comércio de armas clandestinas, a maioria contrabandeada,
é estratosfericamente maior que o das vendas legais.
ARMAS NOVAS VENDIDAS LEGALMENTE A
PESSOAS FÍSICAS EM 2004 (o objeto de proibição do plebiscito) – 7219 armas.
NÚMERO DE ARMAS ILEGAIS EM CIRCULAÇÃO NO PAÍS
- 8,7 milhões de armas.
CUSTO MÍNIMO DO PLEBISCITO -
200 milhões de reais. O valor é maior que toda verba destinada ao Fundo
Nacional de Segurança Pública neste ano.
· Além de civis,
inclui a compra particular por policiais, promotores e juízes.
· Estimativa com
base no número de armas ilegais apreendidas pela polícia.
TEMA: Você é a favor ou contra a comercialização
de armas no Brasil?